União Europeia oferece ajuda para pacificar Bolívia e preparar novas eleições

Embaixador do bloco diz que apoia iniciativa de diálogo entre governo, oposição e movimentos sociais

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La Paz

A União Europeia ofereceu ao governo da Bolívia cooperação para a pacificação do país e na preparação de novas eleições.

Neste domingo (17), o embaixador da UE na Bolívia, León de la Torre Krais, reuniu-se com a autoproclamada presidente Jeanine Añez e disse que o bloco vai apoiar o Tribunal Supremo Eleitoral e ver a possibilidade de enviar uma missão de observação como a da OEA (Organização dos Estados Americanos).

O embaixador da União Europeia na Bolívia, León de la Torre Krais, conversa com jornalistas no Palácio Quemado, sede do governo
O embaixador da União Europeia na Bolívia, León de la Torre Krais, conversa com jornalistas no Palácio Quemado, sede do governo - Bruno Santos/Folhapress

"Queremos colaborar para que a transição desemboque em eleições confiáveis, com todas as garantias e os padrões internacionais mais exigentes", disse, em frente ao Palácio Quemado, sede do governo, em La Paz.

Krais disse que apoia a iniciativa da Conferência Episcopal Boliviana de fazer uma mesa de diálogo entre governo, oposição e movimentos sociais.

"Para o governo e toda pessoa de bem a prioridade tem que ser a pacificação. Não se pode derramar mais sangue boliviano", afirmou.

Além da Igreja Católica e da UE, a ONU também é facilitadora do processo.

Questionado sobre quando deve ocorrer o novo pleito, ele disse apenas que o governo está consciente da necessidade de convocá-lo, sem dar uma data aproximada.

​Krais disse ainda que "cada morte dificulta o trabalho de pacificação" e, por isso, "é importante que os líderes políticos não façam declarações que são incendiárias".

Mais cedo, um porta-voz da Igreja Católica disse que já estão sendo feitas reuniões com líderes dos protestos contra o novo governo e que há desinformação da parte deles e temor infundado de que seus direitos sejam retirados pelo governo de transição.

O governo interino assumiu na terça-feira (12), quando a senadora de oposição Jeanine Añez se declarou presidente em uma sessão sem quórum no Congresso.

Ela ocupou um vácuo de poder deixado pela renúncia de Evo Morales, no dia 10. O ex-presidente indígena liderou a Bolívia por quase 14 anos e deixou o cargo sob pressão popular e das Forças Armadas, depois de semanas de violentos protestos detonados pelas eleições presidenciais de 20 de outubro.

O pleito lhe deu a vitória, mas foi manchado por denúncias de fraude, com uma apuração contestada e definida como irregular pela OEA.

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