A Bolívia anunciou neste domingo (22) sua entrada no Grupo de Lima, bloco formado em 2017 para buscar uma saída para a crise na Venezuela.
“O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia comunica o ingresso da Bolívia no Grupo de Lima. Assim, a Bolívia espera contribuir para uma solução pacífica, democrática e constitucional para a crise na Venezuela, que deve ser conduzida pelo povo venezuelano”, disse a chancelaria boliviana, em comunicado.
O Grupo de Lima, formado por 12 países latino-americanos, entre eles o Brasil, e pelo Canadá, foi criado para apresentar uma postura comum frente à crise política e econômica na Venezuela sob o ditador Nicolás Maduro.
O grupo, do qual não faziam parte países com governos mais à esquerda, como Bolívia e Uruguai, tem pressionado para que o Maduro deixe o poder.
No Twitter, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, reagiu à decisão boliviana: “Os supostos e inflamados defensores das democracias e dos direitos humanos têm reprimido de forma selvagem suas populações e agora incorporam a suas fileiras uma ditadura fascista, racista, produto de um golpe de Estado sangrento”.
A Bolívia havia se mantido fora do Grupo de Lima, dada a afinidade política entre o governo do ex-presidente Evo Morales, hoje refugiado na Argentina, e o regime de Nicolás Maduro.
A situação mudou, pois a autoproclamada presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, distanciou-se do governo venezuelano de Maduro e reconheceu a liderança de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional.
Mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos, reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela.
O ministro de Relações Exteriores do Peru, Gustavo Meza-Cuadra, expressou em uma nota enviada à chancelaria boliviana “a satisfação de incorporar a Bolívia aos trabalhos do Grupo de Lima”.
O Peru reiterou que o objetivo do Grupo de Lima é “contribuir para uma solução pacífica, democrática e constitucional para a crise na Venezuela, conduzida pelos próprios venezuelanos, por meio de eleições presidenciais livres, justas e transparentes; assim como apoiar a urgente atenção para a situação humanitária”.
Desde 2017, o Grupo de Lima emitiu uma série de declarações que não tiveram muito efeito, embora os criadores do grupo considerem que o principal feito foi criar consciência internacional sobre a gravidade da situação do país.
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