Governo interino da Bolívia anuncia entrada no Grupo de Lima

Antes governado pelo esquerdista Evo Morales, país repudiava bloco que pressiona por transição na Venezuela

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La Paz | AFP

A Bolívia anunciou neste domingo (22) sua entrada no Grupo de Lima, bloco formado em 2017 para buscar uma saída para a crise na Venezuela.

“O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia comunica o ingresso da Bolívia no Grupo de Lima. Assim, a Bolívia espera contribuir para uma solução pacífica, democrática e constitucional para a crise na Venezuela, que deve ser conduzida pelo povo venezuelano”, disse a chancelaria boliviana, em comunicado.

O Grupo de Lima, formado por 12 países latino-americanos, entre eles o Brasil, e pelo Canadá, foi criado para apresentar uma postura comum frente à crise política e econômica na Venezuela sob o ditador Nicolás Maduro.

O grupo, do qual não faziam parte países com governos mais à esquerda, como Bolívia e Uruguai, tem pressionado para que o Maduro deixe o poder.

A presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Añez, durante cerimônia no palácio presidencial, em La Paz
A presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Añez, durante cerimônia no palácio presidencial, em La Paz - David Mercado - 18.dez.19/Reuters

No Twitter, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, reagiu à decisão boliviana: “Os supostos e inflamados defensores das democracias e dos direitos humanos têm reprimido de forma selvagem suas populações e agora incorporam a suas fileiras uma ditadura fascista, racista, produto de um golpe de Estado sangrento”.

A Bolívia havia se mantido fora do Grupo de Lima, dada a afinidade política entre o governo do ex-presidente Evo Morales, hoje refugiado na Argentina, e o regime de Nicolás Maduro.

A situação mudou, pois a autoproclamada presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, distanciou-se do governo venezuelano de Maduro e reconheceu a liderança de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional.

Mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos, reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela.

O ministro de Relações Exteriores do Peru, Gustavo Meza-Cuadra, expressou em uma nota enviada à chancelaria boliviana “a satisfação de incorporar a Bolívia aos trabalhos do Grupo de Lima”.

O Peru reiterou que o objetivo do Grupo de Lima é “contribuir para uma solução pacífica, democrática e constitucional para a crise na Venezuela, conduzida pelos próprios venezuelanos, por meio de eleições presidenciais livres, justas e transparentes; assim como apoiar a urgente atenção para a situação humanitária”.

Desde 2017, o Grupo de Lima emitiu uma série de declarações que não tiveram muito efeito, embora os criadores do grupo considerem que o principal feito foi criar consciência internacional sobre a gravidade da situação do país.

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