Bombardeios causam deslocamento de 235 mil pessoas na Síria

Milhares deixaram a província de Idlib nas últimas semanas, segundo a ONU

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Beirute | AFP

A ONU informou nesta sexta (27) que nas últimas semanas mais de 235 mil pessoas tiveram que fugir da província de Idlib, ao noroeste da Síria, devido a bombardeios intensos contra o último reduto de rebeldes, realizados pela aliança entre o regime sírio e Rússia.

Os deslocamentos forçados, registrados pela ONU entre 12 e 25 de dezembro, esvaziaram a cidade de Maaret al Numan, cenário de violentos combates.

Duas crianças de costas na beira da estrada observam pequeno caminhão de suprimentos passar
Crianças observam caminhão carregado de pertences no vilarejo de al-Mastumah, na província de Idlib - Aaref/AFP

A maioria da população fugiu para as cidades de Ariha, Saraqeb e Idlib, ao norte, ou para campos de deslocados, já superlotados, próximos a fronteira com a Turquia. Uma parcela, contudo, optou por áreas controladas por rebeldes, ao norte de Alepo. 

Correspondentes da AFP na região de Idlib relataram longas filas de veículos carregados com pertences pessoais, abastecidos às pressas, nas estradas nos últimos dias.

O regime sírio, que agora controla mais de 70% do território do país, afirmou repetidamente que está determinado a recuperar Idlib. 

Damasco e Moscou realizaram uma grande ofensiva no local entre abril e agosto, resultando na morte de mil civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o que levou a fuga de 400 mil pessoas, ainda de acordo com a ONU.

Quase três milhões de pessoas vivem na região de Idlib, composta por uma grande parte da província de mesmo nome e segmentos das províncias vizinhas de Alepo e Latakia. Ela é controlada por jihadistas do grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS).

A Síria vive uma guerra civil desde 2011. Grupos rebeldes combatem o governo do ditador Bashar al Assad, mas também lutam entre si. 

Os lados desse conflito são apoiados por outros países. A Rússia e o Irã são aliados de Assad. Os EUA ajudavam os curdos, um dos grupos rebeldes. No entanto, de forma abrupta, Washington decidiu abandoná-los em outubro deste ano, o que abriu caminho para uma operação da Turquia contra os curdos.

Com as operações turcas contra os curdos, o caos se instaurou no norte da Síria, com a escalada de confrontos. 

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