Bombeiro morre e cem mil pessoas ficam desalojadas em incêndios na Austrália

Voluntários tentam salvar animais selvagens no país; um milhão de bichos pode ter morrido

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Melbourne (Austrália) | Reuters e AFP

Quase cem mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas em cinco regiões próximas a Melbourne nesta segunda (30), durante uma onda de incêndios que atinge a Austrália. Autoridades da cidade, a segunda mais populosa do país, declararam estado de emergência.

O ceu fica vermelho enquanto incêndio florestal atinge a cidade de Mallacoota, em Victoria, na Austrália - Jonty Smith from Melbourne/via Reuters

No estado de Nova Gales do Sul, um bombeiro voluntário morreu e dois sofreram queimaduras durante os combates às chamas. A região, ao sudoeste de Sydney, registra nesta segunda (30) cerca de cem incêndios ativos —40 deles fora de controle.

 

Segundo o jornal britânico The Guardian, o bombeiro morreu atingido por um caminhão, que foi derrubado por uma rajada de ventos. 

Desde o início dos incêndios, onze pessoas morreram, mais de mil casas foram destruídas e mais de três milhões de hectares (área maior que o território da Bélgica) foram devastados em cinco estados.

Há 16 focos de incêndio graves no país, oito em Nova Gales do Sul e oito na região de Victoria, também de acordo com o Guardian. 

Voluntários tentam salvar animais selvagens da Austrália, entre eles cangurus, coalas, gambás e wombats. 

As autoridades não têm o número exato de mortes de animais, mas especialistas acreditam que o número pode chegar a milhões. 

Tracy Burgess, da organização WIRES (Serviço de Informação, Resgate e Educação de Animais Selvagens), que depende de doações, diz que os animais não estão conseguindo chegar até os pontos de resgate.

Fortes ventos contribuíram para as temperaturas dispararem ao longo do país, atingindo 40 °C em diversas localidades.

​Alguns incêndios estão fora de controle e, por causa de sua intensidade, bombeiros tiveram que recuar para fora linha de fogo em quase mil quilômetros.

É o caso de Gippsland, em Victoria, no sudeste australiano, onde autoridades recomendaram aos turistas que deixem a região, já que os incêndios podem provocar o fechamento da última estrada ainda aberta. 

Além disso, cerca de 4.000 pessoas do município de Mallacoota foram obrigados a abandonar suas casas.

O comandante dos bombeiros do estado da Austrália do Sul, Brenton Eden, citou o risco de tempestades elétricas "secas", que geram trovões e raios, mas não chuvas, e que provocam mais incêndios. As colunas de fogo chegam a 14 quilômetros, com fumaças altas como tornados.

Em Sydney, moradores criaram uma campanha para cancelar fogos de artifício da festa de Ano Novo e destinar o dinheiro ao combate às chamas. Eles conseguiram reunir 270 mil assinaturas, mas as autoridades anunciaram que a festa está confirmada.

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