O jogador alemão do Arsenal Mesut Özil foi retirado das versões chinesas do popular videogame Pro Evolution Soccer (PES) após criticar a repressão de Pequim à minoria muçulmana uigur.
Na semana passada, o meio-campista de origem turca condenou, nas redes sociais, a política chinesa de segurança extrema em Xinjiang (noroeste do país), que o governo afirma ser uma resposta a atentados.
"Queimam o Alcorão... Há mesquitas destruídas... Se proíbem escolas islâmicas... Intelectuais religiosos assassinados uns após os outros... Irmãos enviados à força a campos", escreveu o jogador na sexta (13), em turco, no Twitter e no Instagram.
Em um comunicado, a empresa chinesa NetEase, que distribui o jogo no país, afirmou que retirou Özil do Pro Evolution Soccer por seus "comentários extremos".
"Essas declarações feriram a sensibilidade dos torcedores chineses e violaram o espírito de amor e paz desse esporte", afirmou a NetEase. "Não entendemos, não aceitamos e não perdoamos esse comentário".
No sábado, após o tuíte de seu jogador, o Arsenal se distanciou do posicionamento, afirmando que o clube “sempre havia aderido ao princípio de não se envolver com política.”
Mesmo assim, o canal público chinês CCTV e a plataforma de streaming PPTV deixaram de transmitir um jogo entre a equipe londrina e o Manchester City no domingo.
Os uigures são uma das 56 etnias na China e constituem um pouco menos da metade dos 25 milhões de pessoas que vivem em Xinjiang.
Vários atentados no país foram atribuídos a essa minoria, especialmente em 2014.
Organizações de defesa dos direitos humanos, pesquisadores e o governo dos EUA acusam Pequim de ter internado até 1 milhão de muçulmanos, especialmente uigures, em campos de reeducação política.
A China nega essa cifra e fala de centros de formação profissional, destinados a ajudar a população a encontrar emprego e a afastá-la do islamismo e do terrorismo.
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