China tira de videogame jogador do Arsenal que criticou repressão a muçulmanos

Mesut Özil foi eliminado da versão local do Pro Evolution Soccer (PES) após tuíte crítico a Pequim

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Xangai | AFP

O jogador alemão do Arsenal Mesut Özil foi retirado das versões chinesas do popular videogame Pro Evolution Soccer (PES) após criticar a repressão de Pequim à minoria muçulmana uigur.

Na semana passada, o meio-campista de origem turca condenou, nas redes sociais, a política chinesa de segurança extrema em Xinjiang (noroeste do país), que o governo afirma ser uma resposta a atentados.

"Queimam o Alcorão... Há mesquitas destruídas... Se proíbem escolas islâmicas... Intelectuais religiosos assassinados uns após os outros... Irmãos enviados à força a campos", escreveu o jogador na sexta (13), em turco, no Twitter e no Instagram.

O meio-campista Mesut Özil, camisa 10 do Arsenal
O meio-campista Mesut Özil, camisa 10 do Arsenal - Action Images-15.dez.19/Reuters

Em um comunicado, a empresa chinesa NetEase, que distribui o jogo no país, afirmou que retirou Özil do Pro Evolution Soccer por seus "comentários extremos".

"Essas declarações feriram a sensibilidade dos torcedores chineses e violaram o espírito de amor e paz desse esporte", afirmou a NetEase. "Não entendemos, não aceitamos e não perdoamos esse comentário".

No sábado, após o tuíte de seu jogador, o Arsenal se distanciou do posicionamento, afirmando que o clube “sempre havia aderido ao princípio de não se envolver com política.”

Mesmo assim, o canal público chinês CCTV e a plataforma de streaming PPTV deixaram de transmitir um jogo entre a equipe londrina e o Manchester City no domingo.

Os uigures são uma das 56 etnias na China e constituem um pouco menos da metade dos 25 milhões de pessoas que vivem em Xinjiang.

Vários atentados no país foram atribuídos a essa minoria, especialmente em 2014.

Organizações de defesa dos direitos humanos, pesquisadores e o governo dos EUA acusam Pequim de ter internado até 1 milhão de muçulmanos, especialmente uigures, em campos de reeducação política.

A China nega essa cifra e fala de centros de formação profissional, destinados a ajudar a população a encontrar emprego e a afastá-la do islamismo e do terrorismo.

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