A Coreia do Norte afirmou ter realizado com sucesso mais um teste em uma base de lançamento de satélites na sexta-feira (13), segundo informações divulgadas pela agência de notícias estatal KCNA neste sábado (14).
Ainda não se sabe qual o tipo de experimento foi levado a cabo, mas analistas americanos afirmaram que o teste provavelmente tem como objetivo ajudar Pyongyang a produzir mísseis balísticos intercontinentais mais confiáveis, uma arma estratégica de defesa contra adversários como os EUA.
“O ponto parece ser de lembrar aos Estados Unidos que a Coreia do Norte ainda tem espaço para avançar qualitativamente em seu programa [nuclear]”, disse Ankit Panda, membro sênior da Federação Americana de Cientistas.
O general norte-coreano Jong Chon disse que a ação foi feita para melhorar a defesa do país e ajudar na elaboração de novas armas.
O teste de sexta —o segundo em uma semana— foi realizado na estação de lançamento Sohae, na costa oeste do país, local que costuma receber ações dos programas espaciais e de mísseis balísticos.
O objetivo dos experimentos seria pressionar Washington para que faça concessões no sentido de romper o impasse nas negociações nucleares com Pyongyang.
Em junho de 2018, o ditador Kim Jong-un e o presidente norte-americano, Donald Trump, firmaram um acordo que previa a desnuclearização da península Coreana, incluindo a desativação da base de Sohae.
Desde então, Kim e Trump se encontraram mais duas vezes, mas as conversas travaram e a Coreia anunciou diversos testes com mísseis este ano. O país quer que os EUA abandonem a insistência na desnuclearização unilateral da península coreana.
A tensão aumentou nas últimas semanas, à medida que Pyongyang travou uma guerra de palavras com Trump, alimentando o medo de que as tensões entre os dois países voltem a escalar.
Stephen Biegun, o principal enviado dos EUA para a Coreia do Norte, deve chegar a Seul no domingo (15) para reuniões com autoridades locais.
“Eles [Coreia do Norte] ainda estão treinando, fazem testes de mísseis balísticos com os quais também estamos preocupados. Observamos de perto, tal como fazem a Coreia do Sul e o Japão”, afirmou o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper.
Ele disse também que “o único caminho a seguir é através de um acordo diplomático e político”.
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