Descrição de chapéu Diplomacia Brasileira

Em balanço, Ernesto compara Brasil a time e diz que imprensa não narra gols do governo

'Dizem que é uma política externa ideológica, não sei de onde é que tiraram isso', diz chanceler em vídeo

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Brasília

Em balanço do primeiro ano à frente do Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, atacou a imprensa e negou atuação ideológica na política externa do governo Jair Bolsonaro. 

Em vídeo de quase seis minutos de duração, publicado neste sábado (28) em redes sociais, o chanceler rebateu previsões, feitas no começo do governo, de que o Brasil teria problemas nas relações internacionais devido a declarações de Bolsonaro que geraram atrito com China e países árabes.

Ainda candidato à Presidência, Bolsonaro visitou Taiwan, ilha considerada rebelde por Pequim. Poucos meses depois, na reta final da campanha, ele declarou que a China estava "comprando o Brasil".

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chega ao Congresso para participar da Conferência Nacional da Frente Parlamentar Evangélica
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chega ao Congresso para participar da Conferência Nacional da Frente Parlamentar Evangélica - Mateus Bonomi - 18.dez.19/Folhapress

Após ser eleito, o presidente demonstrou a intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Recuou da ideia, porém, após forte oposição dos países árabes e do agronegócio brasileiro, interessado em manter as exportações a esse mercado.

"Dizem que nossa política externa não deu resultados. Nós simplesmente fechamos, durante este ano, 2019, os dois maiores acordos comerciais da história do Brasil", afirmou Ernesto.

Ele não cita quais são esses tratos. Em 2019, o Mercosul concluiu as negociações para um tratado de livre-comércio com a União Europeia e com o EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre), bloco formado por Suíça, Liechtenstein, Noruega e Islândia. Esses pactos estavam em discussão havia anos.

Segundo o ministro, as relações do Brasil com China, África, Israel e países árabes estão avançando. 

"Dizem que é uma política externa ideológica, não sei de onde é que tiraram isso. É uma política externa que contesta a ideologia, é uma política externa que procura desmontar uma ideologia, que é justamente a ideologia que preside muitas dessas críticas", afirmou.

"O que que é a ideologia? Ideologia é um sistema de pensamento fechado que não permite a penetração da luz da realidade."

Para Ernesto, a mídia tem atuado contra o governo e não reporta conquistas de Bolsonaro na área internacional.

Como exemplo, ele afirma que a imprensa teria se recusado a publicar a resolução de um impasse entre Estados Unidos e Brasil no setor de aço.

No entanto, em 20 de dezembro, Folha e outros veículos relataram que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou da ideia de retomar as tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil após uma conversa com Bolsonaro.

A intenção do americano de sobretaxar a importação desses produtos brasileiros surpreendeu o governo brasileiro, que tem tentado manter relações próximas com Trump.

"O Brasil é visto hoje como um ator muito mais importante do que era antes. Tem uma ideologia aí que realmente diz que nós perdemos prestígio, não tem nenhum dado da realidade para provar, todos os dados da realidade provam o contrário", disse o chanceler.

Por fim, o ministro comparou o governo a um time de futebol e afirmou que a imprensa, diferentemente das mídias sociais, tem atrapalhado a atuação da equipe. 

"É como se estivesse havendo um jogo de futebol, e a imprensa é um radialista que está narrando este jogo e torcendo por um time", diz Ernesto.

"Então ele não narra os gols do outro time, que somos nós, que estamos fazendo gols e inventa gols do adversário, que é o time pelo qual ele está torcendo. Nós somos o time do povo brasileiro, acho que estamos ganhando o jogo." 

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