Vulcão surpreende turistas e mata 5 na Nova Zelândia

Autoridades não esperam encontrar com vida 8 pessoas que desapareceram

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Wellington e Whakatane | AFP e Reuters

Um vulcão entrou em erupção na ilha White, na Nova Zelândia, surpreendendo os turistas que visitavam o local. Cinco pessoas morreram, 31 ficaram feridas e oito estão desaparecidas —não há expectativas de que elas sejam encontradas vivas, segundo as autoridades. 

A primeira-ministra Jacinda Ardern afirmou que voos de reconhecimento não detectaram sinais de vida no local após o incidente. Entre as vítimas, há australianos, americanos, britânicos, chineses e malaios, além de neozelandeses.

Vulcão na ilha White, na Nova Zelândia, expele fumaça e cinzas minutos após uma erupção - Michael Schade/AFP

A erupção ocorreu às 14h11 (22h11 de domingo, no horário de Brasília) e lançou uma espessa coluna de cinzas de 3,6 km de altura.

"Sabemos que havia dois grupos na ilha: um que foi evacuado com sucesso e outro que estava próximo demais da erupção", disse Ardern, acrescentando que helicópteros próximos à ilha decidiram se deslocar imediatamente ao local depois da explosão.

"Gostaria de reconhecer a decisão corajosa dos socorristas e dos pilotos que se mobilizaram logo após o ocorrido [...] sob condições excepcionalmente perigosas para tentar tirar as pessoas dali", disse a primeira-ministra. 

"Por causa dos esforços deles, várias pessoas foram resgatadas da ilha."​

Os mortos eram quatro turistas e um piloto que haviam visitado a ilha de helicóptero. Eles aterrissaram pouco antes da erupção, de acordo com a empresa Volcanic Air.

Segundo a polícia local, 47 pessoas visitaram a ilha nesta segunda —destes, 38 participavam de um passeio do cruzeiro Ovation of the Seas. 

Grande parte dos feridos está em condições críticas, principalmente por causa de queimaduras. 

Bruce Bird, chefe da polícia local, informou que as equipes de resgate se preparam para retornar à ilha. "Iremos apenas se for seguro para o nosso pessoal", disse. 

A ilha White está localizada a cerca de 50 km da costa da baía turística de Plenty, na ilha norte da Nova Zelândia. O destino atrai cerca de 10 mil turistas por ano em visitas que exigem o uso de capacetes e de máscaras antigás. 

"A ilha é um desastre que estava esperando para acontecer por muitos anos", disse Ray Cas, professor emérito da Universidade Monash. 

"Depois de visitar o local duas vezes, sempre pensei que era perigoso demais permitir as visitas diárias feitas por barco e helicópteros."

O vulcão é o maior e mais ativo da Nova Zelândia, de acordo com a agência governamental GeoNet, e registrou erupções frequentes nos últimos 50 anos —a mais recente em 2016.

A última com vítimas ocorreu em 1914, quando 12 mineiros morreram.

Neste ano, um contêiner de 2,4 toneladas foi levado para a ilha, de avião, para ser usado como refúgio em caso de erupção. 

A GeoNet elevou o nível de alerta para o vulcão em novembro deste ano por causa de um aumento na atividade vulcânica, mas os parâmetros foram considerados seguros para a realização das visitas.

Michael Shade foi um dos que escaparam. Ele tinha acabado de deixar a ilha quando a erupção começou, segundo o Wall Street Journal. "Nosso grupo estava literalmente em pé na borda da cratera principal 30 minutos antes", disse. 

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