Hong Kong tem maior manifestação desde as eleições locais

Pela primeira vez desde agosto entidade obteve autorização para realizar protesto

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Hong Kong | Reuters

Uma multidão vestida de preto ocupou as ruas de Hong Kong neste domingo (8) na maior manifestação desde as eleições locais em novembro, quando a oposição —pró-democracia e favorável ao distanciamento da China— saiu vitoriosa

Pela primeira vez desde agosto, a Frente Civil dos Direitos Humanos —responsável por manifestações que paralisaram o centro financeiro asiático— obteve permissão das autoridades para organizar um protesto. 

A entidade estimou adesão de 800 mil manifestantes, enquanto a polícia fala em 183 mil. 

O manifestante está em um lugar alto, acima da multidão. A máscara de Guy Fawkes está de frente para a câmera  e ele balança uma bandeira preta com inscritos brancos no idioma local.
Manifestante usando máscara de Guy Fawkes participa da marcha organizada pela Frente Civil dos Direitos Humanos, em Hong Kong - Danish Siddiqui/Reuters

Os ativistas entoaram palavras de ordem como "Lute pela liberdade! Defenda Hong Kong!", e o ato teve participação de diferentes segmentos sociais, de estudantes a idosos, que marcharam de Victoria Park, no distrito comercial, até o distrito financeiro. 

Ao anoitecer, alguns manifestantes foram vistos fazendo grafites contra Pequim nas paredes do Banco da China. Policiais —chamados de "cachorros" e "baratas" por alguns ativistas— acompanharam toda o ato, mas não reagiram em nenhum momento.  

O estudante Lawrence, 23, participou da marcha segurando um cartaz com os dizeres "em 2020 quero sufrágio universal", referência a uma das principais pautas das manifestações: o voto direto para líder local de Hong Kong, cargo atualmente ocupado por Carrie Lam, apoiada por Pequim e impopular entre os manifestantes honcongueses.  

Lam diz estar atenta às demandas da população, mas não ofereceu concessões, mesmo diante da vitória acachapante dos partidos democráticos nas eleições em 24 de novembro.

A oposição conquistou 90% dos 452 cargos do conselho distrital. 

A manifestação deste sábado frisou, pela palavra de ordem "cinco exigências, nenhuma a menos", as principais pautas dos ativistas atualmente, que vão desde a renúncia de Lam até a anistia para os presos. 

A polícia afirma que 11 pessoas, com idades entre 20 e 63 anos, foram detidas. Também foram confiscadas facas, fogos de artifício e uma pistola semiautomática, a primeira arma de fogo letal apreendida durante os protestos. 

O novo chefe de polícia de Hong Kong prometeu uma abordagem 'flexível' dos protestos com diretrizes "tanto severas quanto brandas". 

Desde junho, Hong Kong foi palco de mais de 900 protestos, procissões e assembleias públicas —muitas terminaram em confrontos. Por volta de 6.000 pessoas foram presas no território esse ano. 

Porém, desde as eleições locais, a ex-colônia britânica foi tomada por relativa calma.

Embora manifestações pontuais ocorram diariamente, por vezes paralisando o comércio, as escolas e o sistema de transporte, para a maioria a vida segue normalmente. 

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