Israel não consegue formar governo e terá 3ª eleição em menos de um ano

Impasse ocorre poucas semanas após Netanyahu ser denunciado por corrupção

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Jerusalém | Reuters

Após 21 dias de negociações, o prazo para a formação de um governo em Israel expirou nesta quarta-feira (11) e o país partirá para a sua terceira eleição em menos de um ano. O pleito deve ocorrer em 3 de março de 2020.

Os dois principais partidos israelenses, o direitista Likud, do atual premiê Binyamin Netanyahu, e o centrista Azul e Branco, liderado por seu principal rival, o ex-chefe militar Benny Gantz, não conseguiram conquistar assentos suficientes no Parlamento para uma maioria governista nas últimas duas eleições, realizadas em abril e setembro. 

Cogitou-se a possibilidade de um governo de "unidade nacional", no qual Netanyahu e Gantz se revezariam no cargo de premiê, mas essa ideia não foi para a frente pois seus respectivos partidos discordaram sobre quem serviria primeiro e por quanto tempo.

Para evitar o terceiro pleito, alguns parlamentares teriam que mudar de lado para se juntar a Gantz ou a Netanyahu. Nas últimas semanas, contudo, nenhum deputado deu sinais de que estivesse disposto a fazê-lo.

A inabilidade de superar o impasse tem alimentado críticas sobre o sistema que é chamado pelos israelenses de a única democracia no Oriente Médio e que frequentemente é comparada às de Reino Unido e Estados Unidos. ​

Estima-se que a realização de um novo pleito custará US$ 750 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) aos cofres públicos, cifra próxima a um terço do déficit fiscal israelense.

O anúncio ocorre poucas semanas após a mais grave crise da carreira política de Netanyahu: o procurador-geral de Israel o denunciou por corrupção, recebimento de propina, fraude e quebra de confiança no fim de novembro. 

É a primeira vez que um premiê israelense é processado no exercício do cargo, e Netanyahu disse que não vai renunciar, chamando a acusação de "tentativa de golpe" e de "caça às bruxas". Como primeiro-ministro, Netanyahu não tem nenhuma obrigação legal de se demitir após a acusação.

No cargo desde 2009, Netanyahu, 70, também exerceu a função entre 1996 e 1999. Na última década, ele dominou a política israelense e foi o principal responsável pela virada mais à direita do país.

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