O governo da Venezuela, chefiado pelo ditador Nicolás Maduro, prometeu retomar no primeiro semestre de 2020 o programa Petrocaribe, que vende petróleo venezuelano a países vizinhos por preços mais baixos.
Ainda não foram divulgados detalhes de como será a nova versão do programa. A iniciativa foi criada em 2005 pelo ex-presidente Hugo Chávez e é apontado como uma das razões para os problemas financeiros da petroleira venezuelana PDVSA.
Por ele, os países vizinhos tinham, além do desconto nos preços, longos prazos de pagamento.
No início da década, uma queda no preço do petróleo cru, o principal produto de exportação da Venezuela, ajudou a levar o país ao colapso econômico, com inflação altíssima e falta de alimentos.
Medidas tomadas pelo regime Maduro para controlar preços agravaram a situação.
A economia em recessão profunda levou a um enorme êxodo: cerca de 4 milhões de venezuelanos deixaram o país desde 2015, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Com a crise, vieram também falhas na entrega de petróleo, e os países do acordo passaram a buscar outros fornecedores. A PDVSA é alvo de pesadas sanções dos EUA, o que dificulta sua operação e reduz os mercados para os quais pode vender seus produtos.
O anúncio do governo Maduro foi feito em reunião da Alba (Aliança Bolivariana das Américas), no fim de semana.
A vantagem será oferecida aos países do grupo, que inclui atualmente Antígua e Barbuda, Cuba, Dominica, Granada, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas e Suriname.
O Equador deixou o grupo em 2018, e a Bolívia se retirou em 15 de novembro, depois da renúncia de Evo Morales da Presidência do país.
A reunião do grupo foi realizada em Havana. Além de Maduro, participaram Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, e o dirigente cubano Miguel Díaz-Canel, entre outros.
Os participantes chamaram a saída de Evo de golpe de Estado e condenaram "as ameaças dos EUA de usar a força contra a Venezuela e as tentativas de desestabilizar o governo da Nicarágua".
O bloco também refutou acusações de que governos de esquerda do continente estariam por trás dos protestos que atingem a região, especialmente no Chile e na Colômbia.
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