Manifestantes realizam atos relâmpago em shoppings de Hong Kong

Protestos acontecem durante visita de Carrie Lam a Xi Jinping, em Pequim

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Hong Kong | AFP e Reuters

Manifestantes honcongueses voltaram a se reunir numa área comercial para protesta a favor de liberdade e justiça. Com repressão da polícia, diversos shoppings da ilha foram o cenário dos confrontos deste domingo (15). 

Neste fim de semana, a executiva-chefe local, Carrie Lam, está em Pequim para um encontro com o dirigente chinês, Xi Jinping. Antes de viajar, Lam negou rumores de mudanças na administração, dizendo que a prioridade era conter a violência e restabelecer a ordem no território, que vive uma rotina de violentos protestos desde junho.

Às vésperas do Natal, frequentadores de shoppings presenciaram grupos de manifestantes mascarados sendo confrontados pela polícia com gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.  

em primeiro plano, um amontoado de vidro estilhaçado no chão de um shopping. Ao fundo estão policiais, que parecem fazer uma barreira para isolar a área
Protestos neste domingo (15) foram realizados em shoppings em diferentes localidades de Hong Kong - Philip Fong/AFP

Ativistas mascarados também foram vistos saqueando estabelecimentos de uma grande cadeia de restaurantes, chamada Maxim's, que se tornou um alvo frequente após a filha do dono criticar os movimentos pró-democracia.

Em Shatin, no leste da ilha, repórteres da Reuters viram a polícia atirar uma bomba de gás na área externa de um shopping, que teve acessos bloqueados, pessoas detidas e lojas fechadas. Em nota, a polícia disse que algumas lojas foram danificadas e que uma bomba de fumaça foi desarmada.

No começo da noite, milhares de pessoas reuniram-se para uma vigília em memória de um homem que ficou conhecido como "o homem da capa de chuva". Ele morreu há seis meses após cair de uma altura de 20 metros quando protestava, também em um shopping, contra o projeto de lei de extradição. 

"Ele foi a primeira pessoa a morrer nessa revolução", disse Tina, 18, à agência de notícias Reuters.

Em outra área da ilha, ativistas pró-governo manifestaram-se contra contra a violência nos protestos.

Além de demonstrar total apoio a Carrie Lam, o governo chinês tem planejado aumentar o diálogo por meio de redes sociais e prevê um segundo encontro na sede local do governo, após as eleições em novembro, para discutir soluções. 

Hong Kong tem sido palco de protestos frequentemente violentos contra a ingerência de Pequim no território, que atravessa sua maior crise política desde que voltou ao domínio chinês, sob o regime "um país, dois sistemas". 

O que de início foram manifestações contra um projeto de lei específico —que possibilitaria a extradição de cidadãos honcongueses à China continental para julgamento —se tornou um movimento mais amplo, que assumiu um forte caráter anti-China.

Desde junho, Hong Kong foi palco de mais de 900 protestos, procissões e assembleias públicas, muitas das quais terminaram em confrontos. Cerca de 6.000 pessoas foram presas no território este ano. 

O movimento tem tido um grande impacto sobre o turismo e a economia do centro financeiro, que entrou em recessão.

O aeroporto de Hong Kong anunciou neste domingo uma queda de 16% no número de passageiros em novembro em comparação com o mesmo mês do ano passado, e o PIB da ilha encolheu pela primeira vez nos últimos dez anos.

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