Membro da Força Aérea saudita é suspeito de matar 3 em atentado em base da Marinha dos EUA

Ele fazia treinamento em aviação na Flórida e foi morto pela polícia

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Maria Caspani Idrees Ali
Reuters

Um membro da Força Aérea da Arábia Saudita que estava nos Estados Unidos para treinamento militar é suspeito de um atentado que matou três pessoas e feriu oito em uma base da Marinha norte-americana na Flórida, nesta sexta (6).

O suspeito, o cidadão saudita Mohammed Saeed Alshamrani, estava na Estação Aérea Naval de Pensacola como parte de um antigo programa da Marinha aberto a aliados dos EUA, informou o governador do estado, Ron DeSantis.

O atirador foi morto pelos policiais que responderam ao incidente. As identidades das vítimas não foram divulgadas.

O motivo do atentado está sob investigação, e o comandante da base, capitão Timothy Kinsella Jr., não confirmou se o crime é investigado como um ato de terrorismo.

Esse foi o segundo atentado com arma de fogo em instalações militares norte-americanas nesta semana. Na quarta (4), um marinheiro dos EUA atirou contra três pessoas no estaleiro naval de Pearl Harbor, no Havaí, antes de se matar. Duas das vítimas morreram.

Pátio e casernas na Base Aérea de Pensacola, na Flórida
Pátio e casernas na Base Aérea de Pensacola, na Flórida - Glenn Sircy - 07.mar.18/US Navy/AFP

"Obviamente, haverá muitas perguntas sobre esse indivíduo ser estrangeiro, fazer parte da Força Aérea saudita e estar aqui treinando em nosso solo", disse DeSantis em entrevista para a imprensa, acrescentando que o governo saudita teria que compensar as vítimas de alguma forma.

"Eles [sauditas] terão um débito aqui, já que esse era um dos seus indivíduos."

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o rei Salman, da Arábia Saudita, telefonou-lhe para oferecer condolências às vítimas.

"O rei disse que o povo saudita está muito irritado com as ações bárbaras do atirador, e que essa pessoa de forma alguma representa os sentimentos do povo saudita, que ama o povo americano", escreveu o republicano em uma rede social.

"Andar pela cena do crime era como estar no set de um filme", ​​disse o xerife David Morgan.

A base de Pensacola, perto da fronteira da Flórida com o Alabama, é um importante local de treinamento para a Marinha e sede de seu esquadrão de voo acrobático, o Blue Angels (anjos azuis).

A base emprega mais de 16 mil militares e 7.400 funcionários civis, de acordo com seu site.

Os primeiros relatos de um atirador no local chegaram ao escritório do xerife do condado de Escambia por volta das 6h51. Pouco depois, um policial enviado pelo xerife atirou e matou o saudita, que usava uma pistola, em uma sala de aula.

Vista aérea da base naval de Penscola, na Flórida - 14.ago.2010 - Patrick Nichols/Handout via Reuters

Nas últimas semanas, 18 aviadores navais e dois tripulantes das Forças Navais Reais da Arábia Saudita estavam treinando com a Marinha dos EUA, de acordo com comunicado divulgado em 15 de novembro. Não está claro se o suspeito fazia parte dessa delegação.

Eles participavam de um programa para aliados dos EUA conhecido como Atividade de Campo de Assistência Naval para Educação e Treinamento em Segurança. Centenas de estudantes estrangeiros estão atualmente matriculados.

Uma pessoa familiarizada com o programa disse que oficiais da Força Aérea saudita selecionados para treinamento militar em solo americano são intensamente examinados pelos dois países.

Os sauditas são "escolhidos a dedo" por seus militares e geralmente vêm de famílias de elite, informou a fonte, sob condição de anonimato. Os estagiários devem falar inglês fluente.

A embaixada da Arábia Saudita em Washington não respondeu a perguntas.

Além das mortes, dois policiais ficaram feridos, um devido a um tiro no braço e outro por causa de um disparo no joelho. Eles não correm risco de morte.

Oito pessoas foram levadas a um hospital para tratamento.

Bases militares dos EUA já registraram atentados mortais anteriormente, incluindo um em Fort Hood, no Texas, em 2009, que deixou 13 mortos, e um no Washington Navy Yard, em 2013, que matou 12.

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