Descrição de chapéu Governo Trump

Presidente da Câmara diz que Senado 'não parece justo' e adia envio de acusações contra Trump

Democratas querem saber como se dará julgamento que decidirá futuro do presidente em processo de impeachment

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Nova York | Reuters

Após uma noite histórica na Câmara dos Deputados dos EUA, que aprovou o impeachment de Donald Trump na quarta (18), os democratas debatem o momento certo de enviar as acusações contra o presidente para o Senado.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara, afirmou a repórteres que reteria o envio das denúncias até que esteja claro como será o julgamento no Senado e se a Casa dará às acusações contra o presidente um tratamento justo e imparcial. 

Controlado pelos republicanos, que não parecem ter disposição para afastar Trump, o Senado é o próximo destino do impeachment. Ali, serão julgados as denúncias aprovadas pela Câmara —o que só acontece após o recebimento delas. 

Segundo o jornal New York Times, com alguns líderes democratas pressionando para o adiamento do processo, o limbo deve se arrastar pelos primeiros meses de 2020 —os deputados entram em recesso na sexta (20).

Se o trâmite ocorresse dentro dos prazos previstos, as primeiras audiências aconteceriam logo no início de janeiro.

Com Trump interessado em um processo rápido que o absolva, os democratas apostam que a desaceleração pode forçar os senadores republicanos a negociar garantias de que o processo será imparcial.

O líder dos democratas no Senado, Chuck Shumer, se aliou a Pelosi e enviou ainda no domingo (15) seus planos para o líder da maioria republicana, Mitch McConnell.
 

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, durante entrevista coletiva em Washington
A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, durante entrevista coletiva em Washington - Sarah Silbiger/Getty Images/AFP

Schumer propôs que os dois lados tivessem tempos iguais e predeterminados para apresentar seus argumentos e que quatro testemunhas que se opuseram ou se recusaram a prestar depoimento à Câmara fossem ouvidas no Senado.

Classificando o processo de votação do impeachment de "estúpido", o líder da maioria republicana no Senado, McConnell, ironizou e chamou o adiantamento de "cômico".

"O impeachment era tão urgente que nem podiam esperar para que o devido processo fosse observado, mas agora eles se contentam em não fazer nada. Isso é cômico. A votação [na Câmara] só reflete como eles se sentem em relação ao presidente. O Senado deve consertar isso."

McConnell disse ainda que trabalha em conjunto com a Casa Branca nos preparativos, o que gerou novas acusações de que ele atua de maneira parcial.

As reclamações são reforçadas pelas próprias declarações do republicano, que afirmou que não era seu papel atuar como "jurado imparcial".

De maioria democrata, o plenário da Câmara registrou 230 votos a favor e 197 contra a acusação de que o Trump abusou de seu poder ao pressionar a Ucrânia a investigar Joe Biden, líder nas pesquisas entre os democratas para ser o candidato à Presidência do partido na eleição de 2020.

Também foi aprovada a acusação de que ele obstruiu o Congresso ao atrapalhar as investigações depois que o episódio foi descoberto —foram 229 votos a favor e 198 contra a denúncia. 

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