Abbas se negou a conversar com Trump sobre plano de paz, dizem autoridades palestinas

Fontes afirmam à AFP que líder não respondeu a vários contatos de Washington

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Ramallah | AFP

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, rejeitou nos últimos meses vários convites do presidente dos EUA, Donald Trump, para falar do plano de paz americano para o Oriente Médio, disseram nesta segunda-feira (27) fontes palestinas à AFP.

Eles afirmam que Trump tentou contatar Abbas várias vezes nos últimos meses, principalmente por meio de terceiros, mas que o palestino se negou a responder.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina - Alaa Badarneh/23.jan.20/Reuters

Uma das fontes, que pediu anonimato, disse que não haverá conversas com os americanos até que não reconheçam a solução de dois Estados —ou seja, um Estado palestino viável ao lado de Israel.

Nesta segunda, Trump recebe em Washington o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o líder opositor Benny Gantz para apresentar o plano americano para o Oriente Médio, que Israel considera "histórico". 

O plano inclui, segundo os palestinos, a anexação por Israel do vale do Jordão, uma área agrícola e estratégica que representa cerca de 30% da superfície da Cisjordânia ocupada, assim como o reconhecimento oficial de Jerusalém como única e indivisível capital de Israel. 

Analistas afirmam acreditar que o plano dos EUA poderia alimentar o conflito palestino-israelense em vez de resolvê-lo e levantaram dúvidas se a comunidade internacional apoiará o projeto.

Os palestinos cortaram os contatos formais com a Casa Branca desde que Trump reconheceu, em dezembro de 2017, Jerusalém como capital de Israel —eles desejam que Jerusalém Oriental, parte da cidade anexada por Israel, seja a capital do Estado ao qual aspiram.

Eles também rejeitaram o plano de Trump e ameaçam se retirar do acordo de Oslo, que regula atualmente as relações entre Israel e a Autoridade Palestina, se o líder republicano apresentar seu projeto. "Este plano tornará a ocupação temporária em permanente", advertiu Saeb Erekat, secretário-geral da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

Os assentamentos em partes da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ganharam força nos últimos anos sob a gestão de Netanyahu.

A reação internacional ao plano dos EUA é pouco clara. Diplomatas da União Europeia afirmam que o bloco deve reafirmar seu apoio à solução de dois Estados.

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