Bolsonaro critica presidente da Argentina por plano que altera poderes de militares

Brasileiro afirmou que mudança deixaria forças submissas às 'vontades políticas do governo'

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar seu par argentino, Alberto Fernández, na noite desta quinta-feira (24).

Numa mensagem em redes sociais, o brasileiro publicou uma reportagem do jornal local El Cronista que relata uma proposta do governo Fernández para retirar alguns poderes do comando das Forças Armadas.

Para Bolsonaro, a medida deixaria "os militares submissos às vontades políticas e ideológicas do governo".

Segundo o jornal argentino, o plano do atual governo é revogar um decreto assinado pelo ex-presidente Mauricio Macri em 2016.

Alberto Fernández deposita nesta quinta-feira (24) coroa de flores vermelhas
Alberto Fernández deposita nesta quinta-feira (24) coroa de flores durante cerimônia, em Jerusalém, que marca os 75 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz - Abir Sultan/Reuters

O instrumento transferiu, do Ministério da Defesa à cúpula militar, poderes como o de conceder graus militares, designar pessoal para cargos de média hierarquia, definir destinos de missões, aprovar qualificações obtidas em institutos de recrutamento e escolas superiores, conceder licenças e dispor sobre baixas e aposentadorias compulsórias, entre outros. 

O plano de Fernández, portanto, retiraria essas prerrogativas do alto-comando militar e as devolveria ao Ministério da Defesa.

O atual líder argentino é alvo de críticas de Bolsonaro desde que entrou na disputa pela Presidência, em maio de 2019. Assim como sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner, Fernández é aliado do ex-presidente Lula —ambos defenderam publicamente a liberdade do petista quando ele estava preso em Curitiba. 

Bolsonaro, por sua vez, é aliado do ex-presidente Maurício Macri, que perdeu a reeleição para a chapa esquerdista. 

O presidente brasileiro não ligou para cumprimentar Fernández quando sua vitória foi anunciada e decidiu não ir à sua posse. Ele chegou a cogitar deixar o país sem representante na cerimônia, realizada em dezembro em Buenos Aires, mas decidiu de última hora enviar seu vice, o general Hamilton Mourão.

As críticas de Bolsonaro a Fernández representam uma quebra de protocolo, uma vez que é praxe diplomática que um presidente não se manifeste sobre assuntos internos de outro país. 

O presidente brasileiro está a caminho da Índia, onde se encontrará com o primeiro-ministro Narendra Modi.  ​

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