Bolsonaro diz que reavalia ida a Davos e cita 'questões de segurança' no mundo

Viagem à Índia para comemorações do Dia da República no fim de janeiro está mantida

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (6) que pode não ir a Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. Sem dar muitos detalhes, o presidente justificou "questões de segurança" para mudar os planos.

"Estamos discutindo isso aí, existe a possibilidade de não ir", afirmou ao deixar o Ministério de Minas e Energia.

A fala representa uma mudança de postura em relação ao que Bolsonaro disse na semana passada, quando afirmou a jornalistas que deveria ir a Davos no fim do mês. 

Questionado sobre os motivos, ele disse que não daria detalhes.

"Olha, vou dar mais uma dica. O mundo tem os seus problemas, questão de segurança."

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta simpatizantes na saída do Palácio da Alvorada - José Cruz/Agência Brasil

Indagado se seria um momento arriscado para a viagem, na esteira da escalada de conflitos entre os EUA e o Irã, ele disse que dependerá do cenário mundial. 

"Pode ser, de acordo com o que acontecerá até lá. A gente acompanha diariamente via GSI, via Abin, via Polícia Federal. Tem representante fora do Brasil, outras fontes, né? O que está acontecendo no mundo", disse. 

Bolsonaro disse que, contudo, manterá a ida à Índia para as comemorações do Dia da República, em 26 de janeiro. 

O Fórum Econômico Mundial, que ocorrerá entre 21 e 24 de janeiro, é realizado anualmente na estação de esqui na Suíça e conhecido por reunir nomes importantes da área econômica, além de chefes de Estado. 

O presidente não descarta emendar a viagem com um outro país, mas não disse qual poderia ser o destino. Aliados defendem que ele visite algum país amigo na Europa, como a Hungria.

"Esse outro país não está descartado, mas a recomendação que eu tenho é não fazer tendo em vista as despesas com essas viagens. Nós devemos fechar o ano, o cartão corporativo deve fechar o ano em torno de R$ 8 milhões. Aí entram as viagens internacionais, o escalão avançado, alimentação, combustível algumas vezes, outras despesas no Alvorada aproximadamente 80 pessoas comem no Alvorada e aí entra no meu cartão corporativo", disse.

Ao falar de gastos com viagens internacionais, Bolsonaro disse que elas são justificadas pelos investimentos atraídos ao Brasil. 

"São três cartões e um eu não uso, que é o pessoal que eu posso gastar R$ 24 mil por mês sem prestar conta de nada. Eu usei zero ano passado. Eu faço a minha parte, agora mesmo fechando o ano com R$ 8 milhões, só a nossa última viagem à Arábia Saudita está investindo R$ 40 bilhões aqui dentro. Compensa o meu gasto de R$ 8 milhões com essa viagem", disse.

Questionado sobre a ação militar dos EUA no Iraque, que deixou o general iraniano Qassim Suleimani morto, Bolsonaro disse que não faria críticas a Trump, por quem disse ter muito carinho e respeito.

"Eu não tenho qualquer crítica ao senhor Donald Trump. O que eu falei é o seguinte: nós aqui não podemos coadunar com qualquer política terrorista."

Perguntado se o risco de terrorismo em Davos seria um motivo para cancelamento da viagem e se já houve algum alerta, ele não quis responder.

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