Bombeiros entram em choque com polícia durante protesto em Paris

Categoria se une a manifestações contra reforma da Previdência e pede aumento de salários

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Paris | Reuters

Bombeiros entraram em confronto com a polícia nesta terça-feira (28) em Paris, durante um protesto contra a reforma da Previdência e por melhores condições de trabalho. 

Milhares de profissionais da categoria se uniram à onda de manifestações que toma a França há dois meses e foram às ruas da capital para reivindicar aumento no bônus que recebem por periculosidade, cujo valor é o mesmo desde 1990. 

Policiais lançaram gás lacrimogêneo e atingiram alguns manifestantes com cassetetes.

Em outubro, os bombeiros de Paris já haviam feito uma manifestação pedindo melhores salários, garantias para suas aposentadorias e maior respeito pela profissão. ​

Desde dezembro, a França vive uma onda de atos contra os planos do presidente Emmanuel Macron de reformar a Previdência do país.

 

A mudança é crucial para a ambição de Macron de tornar a força de trabalho mais flexível e competitiva globalmente.

O primeiro-ministro da Fraça, Édouard Philippe, diz que a nova Previdência deve resultar em um orçamento de pensão equilibrado e que aumentar a idade da aposentadoria é a melhor maneira de conseguir isso.

A França gasta o equivalente a 14% do PIB em pagamentos de pensões.

O projeto gerou a mais longa paralisação dos transportes ferroviários da história do país. Professores, médicos, enfermeiros, advogados e até bailarinos da Ópera de Paris se uniram à greve contra a reforma, que também visa eliminar os 42 esquemas de aposentadoria existentes atualmente, organizados por profissões, e fundi-las em um único.

O texto diz que a idade de aposentadoria para uma pensão integral será elevada progressivamente até chegar a 64 anos —dois a mais que a idade atual— para quem nasceu a partir de 1965 e vai se aposentar de 2027 em diante.

Segundo a proposta, a idade de aposentadoria continuará sendo de 62 anos, mas os trabalhadores que saírem neste ponto não receberão a pensão integral.


ENTENDA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA FRANÇA

Um fundo para todos 
Os 42 fundos de pensão administrados de forma independente serão fundidos em um único, com regras iguais para todos. Atualmente, se uma pessoa contribui para mais de um fundo, ela recebe mais de uma pensão. Sob a proposta, isso não será possível.

Fim de regimes especiais 
O projeto acaba com regimes especiais de ferroviários, militares e bailarinos da Ópera de Paris, por exemplo. Esses funcionários públicos conseguem se aposentar antes dos 60 anos e recebem pensões maiores.

Sistema de pontuação 
A ideia é adotar um sistema de pontuação no qual cada dez euros contribuídos equivalem a um ponto. Serão concedidos pontos bônus em casos excepcionais, como licença-maternidade.

Pela nova proposta, quanto mais anos um trabalhador ficar no mercado, mais pontos ele acumula, e maior será sua pensão. Quem trabalhar até os 64 anos, independentemente dos pontos obtidos, terá pensão mínima de mil euros.

Quem trabalhar além dessa idade pontua mais: aos 65, ganhará 5% a mais de pontos por ano; aos 66, mais 10%, e assim por diante.

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