Comandante iraniano diz que país vai continuar com ataques no Oriente Médio

Declaração acontece um dia após tensões entre Washington e Teerã diminuírem

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Dubai e São Paulo | Reuters

Um comandante militar iraniano afirmou nesta quinta-feira (9) que o bombardeio contra soldados americanos em bases militares iraquianas na madrugada de quarta (8, noite de terça no Brasil) foi só o primeiro de uma série de ataques que Teerã planeja fazer por toda a região. 

Amir Ali Hajizadeh disse ainda que, além da ação, seu país também já realizou um ciberataque contra a infraestrutura militar americana. 

Imagem divulgada pelo governo do Irã mostra disparo de um dos mísseis usados no ataque às bases militares iraquianas
Imagem divulgada pelo governo do Irã mostra disparo de um dos mísseis usados no ataque às bases militares iraquianas - ADivulgação - 8.jan.20/Iran Press/AFP

Não está claro ainda se suas palavras são de fato oficiais e se sua posição é apoiada pelo presidente Hasan Rowhani e pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.

As declarações de Hajizadeh, que comanda o braço da força aérea da Guarda Revolucionária do Irã, vão de encontro às palavras do chanceler, Javid Zarif, que escreveu em uma rede social que Teerã já tinha concluído as ações militares contra os EUA.

O ataque a duas bases iraquianas foi uma resposta de Teerã ao bombardeiro americano ao aeroporto de Bagdá na última sexta (3), em ação que matou o general iraniano Qassim Suleimani

Após o bombardeio iraniano, que não deixou mortos segundo o Iraque e a Casa Branca, a tensão entre os dois países diminuiu, principalmente depois de o presidente Donald Trump afirmar que o Irã parecia estar "se acalmando" e descartar uma resposta militar.

Hajizadeh, porém, disse para a TV estatal do Irã que o país tem centenas de mísseis prontos para serem usados.

Segundo ele, o objetivo do ataque de quarta era apenas destruir equipamentos dos EUA e que a "verdadeira vingança" de Teerã pela morte de Suleimani será expulsar as forças americanas do Oriente Médio. 

O comandante militar iraniano disse ainda que o Irã realizou também na quarta ciberataques para desabilitar o sistema de navegação usados por aviões e drones militares dos EUA. Desde a morte do general iraniano, analistas especulam que o Irã poderia realizar um ciberataque contra os EUA como represália.

Ele não especificou se a série de ataques que afirmou que o Irã vai realizar seria feita apenas contra bases e militares dos Estados Unidos ou se poderia atingir também outros alvos.

Hajizadeh também não detalhou se essas ações seriam feitas pelas forças militares regulares do país ou se ficariam sob a responsabilidade dos diversos grupos radicais e milícias apoiados pelo Irã por toda a região —o general Suleimani era exatamente o responsável por articular essa rede. 

O novo chefe das Forças Quds, que substituiu Suleimani, disse que seguiria o caminho traçado por seu antecessor. "Continuaremos neste caminho luminoso com poder", afirmou o general Esmail Ghaani.

Já o embaixador do Irã nas Nações Unidas, Majid Takht Ravanchi, comentou o discurso de quarta (8) em que Donald Trump falou em "abraçar a paz com todos que a busquem". Segundo ele, Teerã não pode acreditar em uma ideia de diálogo enquanto os Estados Unidos intensificam o "terrorismo econômico" de sanções. 

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