Como convidado de honra do Dia da República da Índia, o presidente Jair Bolsonaro será homenageado durante uma dupla celebração.
Originalmente, o dia 26 de janeiro comemorava a independência da Índia, porque foi nessa data, em 1930, que o partido Congresso Nacional decidiu que lutaria para se emancipar do Reino Unido.
Depois da independência indiana, em 15 de agosto de 1947, líderes queriam que o dia 26 continuasse a ser lembrado, então fizeram com que a promulgação da Constituição indiana, em 1950, ocorresse na mesma data.
A Constituição marca a transição completa do país para uma democracia após a independência do Reino Unido.
No Dia da República, um desfile grandioso ocorre pelo Rajpath, um dos principais bulevares da capital indiana, e reúne 1 milhão de pessoas, com direito a tanques, camelos e caças.
O evento se tornou uma data para celebrar os feitos da Índia nos campos militar e científico e para exaltar a diversidade cultural, religiosa e étnica do país.
Às vezes há apenas um convidado de honra, como neste ano e no ano passado, quando o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa foi o escolhido. Os ex-presidentes François Hollande, da França, em 2016, e Barack Obama, dos EUA, em 2015, também foram homenageados.
Em 2018, no entanto, houve 10 convidados, entre eles os presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, e da Indonésia, Joko Widodo, e o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong.
Os últimos líderes brasileiros a receberem esse convite foram Luiz Inácio Lula da Silva, em 2004, e Fernando Henrique Cardoso, em 1996.
“O convite para qualquer chefe de Estado ou governo para ser o convidado de honra do Dia da República é um reconhecimento da importância que a Índia dá ao relacionamento com o país. Também reflete nosso desejo de aprofundar os laços com o país”, explica o cônsul-geral da Índia em São Paulo, Amit Kumar Mishra.
“A presença do presidente Bolsonaro no desfile de 2020 também é histórico, uma vez que marca os 70 anos da Índia como república.”
Por outro lado, no entanto, houve críticas na Índia sobre a escolha do brasileiro para comparecer ao evento. Ativistas e entidades de esquerda afirmam que um líder com histórico de declarações homofóbicas não deveria merecer tal honra.
“O presidente do Brasil é uma figura tão polêmica, por que o convidamos? Entendo que temos ótimas relações com o Brasil, mas não tinha nenhum outro para a gente convidar?”, perguntou uma jornalista indiana no briefing realizado no ministério das Relações Exteriores do país.
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