Descrição de chapéu Governo Trump

Democratas rejeitam acordo que levaria filho de pré-candidato à Presidência a depor

Alguns republicanos cogitaram oferecer testemunho de Hunter Biden pelo de John Bolton

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São Paulo

No segundo dia do julgamento do impeachment de Donald Trump no Senado, nesta quarta (22), parlamentares democratas rejeitaram qualquer negociação para incluir novos depoimentos que envolva Hunter Biden, filho do pré-candidato democrata à Presidência Joe Biden.

A convocação de novas testemunhas é fundamental para os democratas e maior ponto de atrito com os republicanos, já que a Casa Branca barrou a realização de depoimentos enquanto o processo tramitava na Câmara dos Deputados. Na terça (21), os republicanos usaram sua maioria na Casa para negar as várias intimações propostas.

Joe Biden e seu filho Hunter assistem a jogo de basquete na capital Washington, em 2010
Joe Biden e seu filho Hunter assistem a jogo de basquete na capital Washington, em 2010 - Jonathan Ernst - 30.jan.2010/Reuters

Uma saída seria um acordo pelo depoimento de John Bolton, ex-assessor de Segurança dos EUA, em troca da participação de Hunter nas sessões de julgamento do impeachment. 

O filho do ex-vice-presidente durante as gestões de Barack Obama se tornou peça importante no embate político porque Trump o citou durante telefonema com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Na ocasião, o líder americano pediu que um inquérito sobre a atuação de Hunter numa empresa ucraniana de gás fosse aberto.

Uma das denúncias que compõem o processo de impeachment afirma que o presidente abusou de seu cargo ao reter o envio de um pacote de ajuda militar à Kiev como forma de pressionar Zelenski a anunciar as investigações. 

Aliados de Trump e o próprio presidente alegam que ele agiu de forma legal e que seu objetivo era promover o combate à corrupção no país europeu.

Os democratas rejeitaram a possibilidade de um "acordo de troca" argumentando que os Bidens não são réus e não podem, como testemunhas, contribuir para o esclarecimento de fatos relacionados à acusação. 

No entanto, o partido continua buscando uma articulação que lhe permita obter novos depoimentos, principalmente o de Bolton.

À época das tratativas com a Ucrânia, o militar era assessor de Segurança Nacional do presidente e, segundo testemunhas, teria expressado preocupações em relação aos pedidos dele.

Bolton foi demitido em setembro de 2019, cerca de quatro meses após o pedido de Trump a Zelenski e poucas semanas antes de o caso vir à tona graças a um denunciante anônimo. 

​Nesta quarta, o presidente afirmou ser contra a convocação de Bolton como testemunha, porque isso causaria um "problema de segurança nacional". 

"Ele sabe um pouco como penso", disse Trump. "Ele sabe o que penso sobre líderes. O que aconteceria se ele contasse que a forma como eu me sinto em relação a um líder não é positiva... isso tornaria o meu trabalho muito mais difícil".  

Republicanos defendem que o julgamento do impeachment seja rápido, já que têm maioria no Senado para absolver o presidente a qualquer momento.

Já os democratas trabalham para prolongar as audiências, apostando que o processo possa expor a gestão Trump e comprometer sua popularidade, uma vez que disputará a reeleição neste ano.

Por enquanto, eles lançaram mão de um recurso que se mostrou eficiente para contornar o veto a testemunhas: durante suas falas, os deputados que atuam como promotores têm exibido trechos gravados dos depoimentos prestados à Câmara.

Com New York Times e Reuters

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