Evo Morales dá passo para se candidatar ao Congresso na Bolívia

Ex-presidente assinou procuração para ser inscrito na disputa por seu partido

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La Paz | AFP

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales deu uma procuração a seu advogado para registrá-lo como candidato a uma cadeira no Congresso nas eleições de 3 de maio, informou seu partido nesta quinta-feira.

Na Argentina na condição de refugiado, Evo teria atendido a um pedido da diretoria regional do partido MAS (Movimento ao Socialismo) de Cochabamba. Ele não confirmou se será candidato nem se disputará o cargo de deputado ou de senador. 

O ex-presidente Evo Morales, ao lado do candidato à Presidência Luis Arce (à dir.) em entrevista coletiva em Buenos Aires
O ex-presidente Evo Morales, ao lado do candidato à Presidência Luis Arce (à dir.) em entrevista coletiva em Buenos Aires - Mario de Fina - 27.jan.20/Reuters

Evo renunciou em novembro, após tentar obter um quarto mandato em uma eleição que teve os resultados contestados. Deixou o cargo sob uma onda de protestos e pressão das Forças Armadas. 

O ex-presidente está impedido de participar das próximas eleições como candidato à Presidência, e a possibilidade de ele disputar o Legislativo gera um debate na Bolívia. 

A princípio, não há restrições para que dispute uma cadeira no Congresso, mas há uma questão que pode barrá-lo. A Constituição exige que os candidatos residam nos últimos dois anos na zona eleitoral na qual estão concorrendo. Quem não cumprir a regra é desqualificado, e Evo vive na Argentina desde dezembro, após um breve exílio no México

Outro ponto é que o ex-presidente é alvo de processo na Bolívia pelas acusações de sedição e de terrorismo. Mesmo que seja eleito, não teria proteção jurídica: a Constituição de 2009, promulgada pelo próprio Evo, acabou com a imunidade parlamentar. Com isso, poderia ser preso ao retornar ao país.

Evo diz que uma convenção das Nações Unidas protege os direitos políticos de pessoas asiladas ou refugiadas. Ele tem atuado como coordenador de campanha de Luís Arce, ex-ministro da Economia e membro do MAS, na disputa à Presidência. 

Segundo pesquisa divulgada no domingo (26), Arce lidera as intenções de voto com 26%, seguido pelo direitista Luis Fernando Camacho e pelo ex-presidente centrista Carlos Mesa, ambos com 17% cada um.

Na quarta posição, aparece a presidente interina Jeanine Añez, com 12%. O levantamento foi feito pela empresa Mercados e Amostras. 

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