Colaborador poderoso do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, o ex-ministro de Governo Carlos Romero foi detido nesta terça-feira (14). Ele é investigado por "uso indevido de influência e não cumprimento de deveres".
Romero, 53, saiu escoltado por policiais de um centro médico em La Paz onde estava internado desde sábado (11), com um quadro de desidratação, hipertensão e depressão.
O próximo passo é o ex-ministro comparecer diante de um juiz, que determinará se ele vai para a cadeia, se fica em prisão domiciliar ou se responde em liberdade.
A denúncia contra Romero está ligada a mau uso de dinheiro público em uma unidade governamental de combate ao narcotráfico.
Da Argentina, onde está vivendo, Evo defendeu seu ex-colaborador e disse que juntos eles combateram a corrupção no órgão. "O que quer o regime [da presidente interina Jeanine] Añez não é justiça, é vingança e impunidade", escreveu ele no Twitter.
O ex-ministro acusa críticos de Evo Morales de terem ficado na porta de sua casa e impedido a entrada de alimentos.
Carlos Romero se soma a uma lista de ex-colaboradores de Evo denunciados pelo atual governo e investigados pelo Ministério Público.
Os ex-ministros Juan Ramón Quintana (Presidência), Vilma Alanoca (Cultura) e Javier Zabaleta (Defesa), asilados no México, estão sendo investigados de sedição e terrorismo.
Os três estão fora do país desde a renúncia de Evo Morales, em 10 de novembro, após pressão das Forças Armadas e de protestos nas ruas, que o acusam de ter cometido fraude eleitoral no pleito em que tentou se reeleger em outubro. Dois dias depois, a senadora Jeanine Añez se declarou presidente.
Segundo o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral), os bolivianos voltarão às urnas para eleger um novo presidente no próximo dia 3 de maio.
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