'Agimos para parar uma guerra, não para iniciar uma', diz Trump após ataque que matou general

Secretário de Estado americano afirma que ação foi realizada para 'interromper um ataque iminente'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Bagdá | Reuters

O presidente Donald Trump disse na tarde desta sexta-feira (3) que ordenou a morte de Qassim Suleimani para interromper uma guerra, e não começar uma, dizendo que o comandante militar iraniano estava planejando ataques iminentes aos americanos.

"Suleimani estava planejando ataques iminentes e sinistros a diplomatas e militares americanos, mas nós o pegamos em flagrante e o demitimos", disse a repórteres.

"Agimos ontem à noite para parar uma guerra. Não agimos para iniciar uma guerra", disse Trump, acrescentando que os Estados Unidos não buscam mudanças de regime no Irã.

Durante o dia, Trump afirmou nas redes sociais que “o Irã nunca venceu uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação” depois de um ataque americano que matou o general iraniano Qassim Suleimani no Iraque.

Donald Trump se pronuncia após ataque que matou general Suleimani em Bagdá - Tom Brenner/Reuters

Em uma série de mensagens no Twitter, Trump afirmou que os EUA enviaram bilhões de dólares por ano de ajuda ao Iraque, que Suleimani “deveria ter sido morto muitos anos atrás”, que matou muitos americanos e que “estava planejando matar muito mais … mas foi pego!”.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou, em uma entrevista ao canal Fox News, que a ação contra Suleimani foi feita com ajuda de informações do serviço de inteligência e que foi posta em prática para interromper um “ataque iminente” que poderia ter ameaçado a segurança de americanos no Oriente Médio.

Um comunicado do Departamento de Defesa dos EUA publicado nesta sexta (3) afirmou que Suleimani estava “ativamente desenvolvendo planos para atacar diplomatas e outros funcionários americanos no Iraque e na região”.

O documento também responsabiliza Suleimani pela morte de um segurança que trabalhava em uma base americana atacada por um foguete e diz que ele aprovou os ataques feitos à embaixada americana em Bagdá na terça-feira (31). 

Suleimani, 62, era visto como uma das figuras políticas mais poderosas do Irã. Ele liderava as operações militares iranianas no Oriente Médio como comandante da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

O general morreu em um ataque americano contra um aeroporto de Bagdá na madrugada desta sexta (noite de quinta no Brasil), em uma ação que resultou em ao menos nove vítimas, entre elas, Abu Mahdi al-Muhandis, líder de uma milícia iraquiana favorável a Teerã.

O governo americano confirmou em comunicado que foi o responsável pelo bombardeio realizado por um drone e que a ação foi autorizada pessoalmente pelo presidente Donald Trump.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu "vingança implacável" e anunciou três dias de luto nacional.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação. "Este é um momento em que os líderes devem exercer o máximo de moderação. O mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", disse seu porta-voz.


PERGUNTAS E RESPOSTAS

Quando a tensão entre EUA e Irã começou?

Em 2018, Trump retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã; em seguida, adotou sanções econômicas contra o país, que retaliou aumentando a produção de uma substância que pode ser utilizada em armas nucleares

Qual é o papel do Iraque?

Em 2002, George W. Bush classificou o Iraque como sendo parte do “eixo do mal”, após o atentado de 11 de Setembro; nos anos seguintes, o Iraque passaria a ser dominado politicamente por grupos xiitas, alguns dos quais aliados ao Irã, inimigo dos EUA

E o papel do Irã?

O Irã era o maior aliado americano na região até 1979; depois da Revolução Islâmica e da invasão da embaixada americana em Teerã, a relação dos países foi rompida; o Irã aumentou seu poder político no Golfo Pérsico com a queda do ditador iraquiano Saddam Hussein, a partir da invasão americana em 2003

O que pode acontecer agora?

Com uma maior tensão entre os países, analistas alertam para a possibilidade de uma nova guerra; os EUA começaram a mobilizar mais tropas para o Oriente Médio e a pedir que cidadãos americanos deixem a região imediatamente; o governo iraniano prometeu uma “vingança implacável” aos EUA

O preço do petróleo vai subir?
Em todo o mundo houve alta no preço do barril de petróleo; o valor do barril do tipo brent nesta sexta aumentou 4,3%, chegando a US$ 69,08 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.