Sultão de Omã morre aos 79 anos e será substituído por primo

Sucessor promete manter relações pacíficas com outros países

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Dubai | Reuters

O sultão Qaboos bin Said, de Omã, um dos governantes mais antigos do Oriente Médio, morreu na sexta-feira (10), e o alto conselho militar do Estado do Golfo convocou a família a se reunir para escolher um sucessor, de acordo com a mídia estatal.

Como Qaboos não teve filhos e não indicou publicamente um sucessor, seu primo Haitham bin Tariq foi escolhido pela família do governante para ocupar o cargo. Os familiares do sultão abriram um envelope lacrado em que Qaboos indicava secretamente sua recomendação para ser seu sucessor.

Nascido em 1954, Haitham estudou em Oxford e já atuou como ministro da Cultura e no ministério do Exterior. Em 2013, ele foi nomeado para presidir o comitê responsável pelo desenvolvimento de Omã.

Em um discurso transmitido pela televisão, Haitham prometeu desenvolver o Omã e manter a política de existência pacífica e boas relações com os outros países. "Vamos continuar ajudando a resolver conflitos de forma pacífica."

Três dias de luto oficial foram declarados, com bandeiras erguidas a meio mastro por 40 dias para Qaboos, 79, que governava desde que assumiu um golpe sem sangue em 1970, com a ajuda do antigo poder colonial britânico.

O cortejo fúnebre percorreu as principais vias da capital, Mascate, com a população prestando homenagens e tirando fotos. 

O caixão, coberto com a bandeira do país, foi velado numa mesquita onde centenas de pessoas se juntaram em oração. Em seguida, o corpo foi enterrado em um cemitério familiar.

A agência de notícias estatal ONA não divulgou a causa da morte, mas Qaboos estava doente havia anos e passou uma semana na Bélgica em tratamento médico no início de dezembro.

O sultão de Omã, Qaboos bin Said, no Palácio Real de Mascate
O sultão de Omã, Qaboos bin Said, no Palácio Real de Mascate - Andrew Caballero-Reynolds - 14.jan.2019/Reuters

O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, disse em comunicado que Qaboos foi uma força estável no Oriente Médio. E o primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos,  xeque Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, o descreveu em um post no Twitter como o sultão da honra, carinho e sabedoria.

 

Omã há muito tempo pratica uma versão para o Oriente Médio da neutralidade da Suíça em relação à diplomacia global, equilibrando os laços entre dois vastos vizinhos travados em uma luta regional, a Arábia Saudita a oeste e o Irã ao norte.

A morte do sultão ocorre em um momento de tensão na região entre o Irã e os Estados Unidos.

Omã mantém laços de amizade com Washington e Teerã e ajudou a mediar conversas secretas entre EUA e Irã em 2013, que levaram dois anos depois ao pacto nuclear internacional que Washington abandonou em 2018.

O novo sultão assume o poder com a missão de resolver uma série de desafios, que vão das complicadas finanças do Estado ou ao alto desemprego no país produtor de petróleo.

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