Descrição de chapéu Governo Trump

Plano de paz de Trump vem após diversos acordos falidos no Oriente Médio; entenda

Iniciativa do presidente dos EUA lida com mais de 5 décadas de desavenças entre Israel e Palestina

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São Paulo | Reuters

O plano de paz para Israel e Palestina que Donald Trump vai anunciar na terça (28) lida com mais de cinco décadas de acordos falidos e tentativas de conciliação entre os lados. 

Em 1967, Israel anexou a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém —que os palestinos reivindicam como capital—, a península do Sinai, a Faixa de Gaza e as Colinas de Golã.

Foi a chamada Guerra dos Seis Dias. Em seguida, uma resolução da ONU pediu a Israel que retirasse o Exército dos territórios ocupados em respeito à soberania das regiões: o documento seria a base para as tratativas de paz futuras.

Doze anos mais tarde, os EUA mediaram um tratado de paz na região, pelo qual Israel se retiraria gradativamente do deserto do Sinai (Egito) e um governo palestino de transição seria instaurado na Cisjordânia e em Gaza.

Em 1981, a Arábia Saudita propõe a criação de um Estado palestino com Jerusalém como capital e direito de retorno ou compensação para os palestinos refugiados em decorrência da ocupação israelense.

Seis anos mais tarde, em 1987, palestinos jogaram paus e pedras contra militares israelenses que defendiam os assentamentos, no levante conhecido como Primeira Intifada.

Três anos mais tarde, representantes israelenses e da Organização para a Libertação da Palestina se encontram em Madri e, embora não tenham chegado a um acordo, abrem o caminho para conversas diretas. 

O diálogo finalmente se concretiza entre 1993 e 1995, na Noruega, quando os dois lados estabelecem um autogoverno na Palestina e um conselho eleito em Gaza e na Cisjordânia pelo prazo de cinco anos, além da retirada progressiva das tropas israelenses.

Passado o prazo, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense à época, Ehud Barak, encontram-se com mediação de Bill Clinton em Camp David (EUA), mas não chegam a um acordo final de paz.

Isto levaria a uma nova revolta palestina, a Segunda Intifada, que deixaria centenas de mortos de ambos os lados entre 2000 e 2005.

Apesar da violência, nesta mesma época George W. Bush se torna o primeiro presidente dos EUA a pedir a criação de um Estado palestino, que coexistiria com Israel “em paz e segurança”.

Ele é apoiado pela União Europeia, pela ONU e pela Rússia. Em paralelo, a Arábia Saudita afirma que os países árabes normalizariam as relações com Israel se este aceitasse a criação de um Estado Palestino.

No final da década de 2010, o premiê Binyamin Netanyahu impõe duas condições para a paz: a criação de um estado palestino desmilitarizado e que a Palestina reconheça Israel como o “o estado dos judeus”.

Sob pressão dos EUA, os assentamentos judeus na Cisjordânia são interrompidos por dez meses, mas Netanyahu se recusa a estender o prazo, cessando os diálogos de paz.

A rodada final de conversas antes do atual plano de Trump aconteceu entre 2013 e 2014, estimulada pelo então secretário de Estado dos EUA, John Kerry. As negociações, no entanto, não avançam.

No ano passado, durante a campanha pela reeleição, o premiê Netanyahu disse que, caso eleito, pretende anexar assentamentos na Cisjordânia e grande parte do vale do Jordão.

O atual secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, apoiou Israel, deixando de lado a posição americana das quatro décadas anteriores de que os assentamentos violariam o direito internacional.

Trump esperava divulgar a proposta em 2019, mas foi forçado a adiar o anúncio enquanto Netanyahu buscava formar um governo em Israel. 

O plano, que tem mais de 50 páginas, aborda algumas das questões mais difíceis que separam israelenses e palestinos, como o status de Jerusalém.

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