Protestos na Índia têm confronto entre polícia e manifestantes

Multidão tentou bloquear carro de primeiro-ministro em ato contra lei de cidadania

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Calcutá | AFP e Reuters

Em mais um episódio de protestos contra a lei de cidadania apoiada por Narendra Modi, a polícia indiana reprimiu manifestantes em Calcutá, na Índia, que tentavam bloquear o carro em que estava o primeiro-ministro.

Os agentes informaram à agência AFP que o caminho do carro foi bloqueado por algumas das dezenas de milhares de pessoas no local enquanto Modi seguia para um estádio, onde faria um discurso pela defesa da lei neste domingo (12).

grupo pessoas, cerca de 30, segura bandeiras vermelhas e balões pretos sim sinal de protesto
Na Índia, manifestantes receberam o primeiro-ministro Narendra Modi com protestos contra a lei de cidadania - Dibyangshu Sarkar/AFP

Calcutá, capital do estado de Bengala ocidental, tem líderes contrários à lei defendida pelo governo. 

O texto, aprovado em dezembro de 2019 no parlamento indiano, facilita a concessão de cidadania aos refugiados de Afeganistão, Bangladesh e Paquistão, desde que não sejam muçulmanos. Os críticos apontam riscos de conversão oficial da Índia em uma nação hindu. 

Além disso, temem que a medida torne indianos apátridas mais de 200 milhões de muçulmanos residentes no país.

A Índia vive uma rotina de protestos contra a lei de cidadania que já teve episódios como a invasão policial no campus da Universidade Jamia Millia Islamia, em Nova Déli, que deixou mais de cem pessoas feridas. Estima-se que ao menos 27 pessoas, a maioria muçulmana, tenham morrido em confrontos.

Diversas iniciativas de financiamento coletivo e auxílio jurídico surgem para manter as mobilizações e para ajudar famílias como a de Anas Hussain, 22. Segundo familiares, o jovem foi morto por um policial no estado de Uttar Pradesh enquanto comprava leite para a filha. Até o momento, a campanha para Hussain arrecadou cerca de 1 milhão de rúpias (cerca de R$ 57 mil).

O partido do governo, o Bharatiya Janata, nega viés religioso e alega que a lei ajuda grupos minoritários que enfrentam perseguição nos três países muçulmanos próximos.

Em dezembro, Modi disse que a lei foi aprovada pelo Parlamento e que não há como voltar atrás.

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