Descrição de chapéu Venezuela

Oposição acusa regime de Maduro de invadir escritório de Guaidó

Líder opositor está em viagem pela Europa e deve participar do fórum de Davos

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Caracas | AFP

Agentes do Sebin (serviço de Inteligência do regime venezuelano) invadiram na terça (22) o escritório do líder opositor Juan Guaidó, em Caracas, e prenderam o deputado Ismael León, segundo denúncias de membros da oposição.

O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, negou que o escritório de Guaidó fosse o alvo da operação, e disse que se tratou de uma busca contra dois empresários acusados de fraudes e lavagem de dinheiro.

O líder opositor Juan Guaidó, durante discurso em Bogotá na segunda (20) - Luisa Gonzalez/Reuters

As sedes das empresas dos nomes investigados ficam no mesmo prédio do escritório de Guaidó. Funcionários do edifício disseram que agentes do Sebin entraram à força na sala do líder opositor, sem apresentar ordem judicial. 

Guaidó foi reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo o Brasil, por ser o chefe da Assembleia Nacional do país e contestar o pleito que levou à reeleição de Nicolás Maduro. 

Apesar da oposição, o ditador, com o apoio da cúpula das Forças Armadas, segue no comando do regime.

O governo não se pronunciou sobre a prisão de León. O deputado do partido Vontade Popular foi detido pela manhã, após ser interceptado em seu carro quando seguia para o Congresso. Ele foi levado para a sede do Sebin, sob acusação de ter envolvimento no ataque a um quartel perto da fronteira com o Brasil, em dezembro, segundo seu advogado, Joel García. 

As medidas do governo Maduro coincidem com um novo giro internacional de Guaidó, agora pela Europa. Nesta terça, ele se encontrou com o premiê britânico, Boris Johnson. Durante a viagem, o líder opositor venezuelano disse ao jornal Financial Times que o número de refugiados venezuelanos chegou a 5 milhões e que a crise humanitária no país se compara às de países como Sudão, Iêmen e Síria. “Todos esses países estão em guerra. Nós não vemos as bombas. Mas sentimos a dor”, afirmou.

Guaidó pediu que a União Europeia aumente as sanções contra o governo de Maduro e a ajuda aos refugiados do país.

Antes, na segunda, o venezuelano teve uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pence, em Bogotá. Ele também participará do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Guaidó desafiou uma proibição de saída da Venezuela, o que pode gerar uma ordem de prisão ao retornar ao país. No entanto, ele já havia desrespeitado essa ordem em fevereiro do ano passado, e não foi detido. 

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