Descrição de chapéu Governo Trump

Trump fez 'terrorismo de Estado' ao matar general, diz chanceler iraniano

Javad Zarif afirmou que seu país vai responder de maneira proporcional ao ataque dos EUA

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Dubai, Bagdá e São Paulo | Reuters

O governo de Donald Trump fez "terrorismo de Estado" ao realizar o ataque que matou o general Qassim Suleimani e Teerã responderá de maneira proporcional a essa ação, afirmou nesta terça (7) o chanceler iraniano, Javad Zarif. 

"Isto foi um ato de agressão contra o Irã, é o equivalente a um ataque armado contra o Irã", disse o ministro durante entrevista à rede americana CNN.

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, durante encontro com seu colega russo em dezembro
O ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, durante encontro com seu colega russo em dezembro - Evguenia Novoj Enina - 30.dez.2019/Reuters

"Nós vamos responder, mas de uma maneira proporcional, não de maneira desproporcional. Diferente do presidente Trump, não somos foras da lei."

"Trump precisa acordar e se desculpar", disse o ministro iraniano. "Ele não pode continuar cometendo erros em cima de erros, ele só está piorando a situação da América. Ele está destruindo a Constituição dos EUA, ele está destruindo o processo político dos EUA, ele está destruindo o Estado de Direito nos Estados Unidos." 

O chanceler afirmou ainda que o presidente americano irá cometer um crime de guerra caso cumpra sua ameaça de autorizar ataques contra locais de importância cultural no Irã. 

Trump havia afirmado que se o Irã atacar algum alvo americano em represália pela morte de Suleimani, os EUA responderão com ataques contra 52 alvos iranianos, incluindo sítios culturais. 

Nesta terça, no entanto, o presidente americano voltou atrás e disse que cumpriria a lei. "Eles matam nosso povo, eles explodem nosso povo e temos que ser gentis com as instituições culturais deles. Mas tudo bem por mim."

A troca de ameaças é mais um sinal do aumento das tensões entre os dois países desde a morte do general na última sexta (3) em um ataque de drone autorizado pela Casa Branca contra o aeroporto de Bagdá.

Zarif também confirmou na entrevista à CNN que o governo americano não lhe concedeu o visto para que ele participasse de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York na próxima quinta (9). 

Segundo ele, o Departamento de Estado dos EUA informou que não teve tempo suficiente para analisar o pedido. Acordos internacionais proíbem Washington de barrar diplomatas ou líderes estrangeiros que entrem no país para participar de reuniões na sede da ONU, mas a regra tem algumas exceções. 

Zarif já foi o embaixador do Irã na ONU e desde 2013 ocupa o cargo de chanceler. Para muitos analistas, porém, quem de fato comandava a política externa do país era o próprio Suleimani. 

Isso acontecia porque o general era o responsável por articular o apoio do Irã a grupos rebeldes, milícias e governos no Oriente Médio, o que lhe dava uma extensa rede de contatos na região. 

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