O ministro das Relações Exteriores da Rússia criticou duramente as sanções americanas contra a Venezuela durante uma visita a Caracas nesta sexta-feira (7), numa demonstração pública de apoio ao ditador Nicolás Maduro.
Serguei Lavrov chegou a Caracas na quinta (6), poucas horas depois que o Departamento de Estado dos EUA sugeriu que seu programa de sanções à Venezuela poderia passar a incluir medidas contra a Rússia, cujas companhias de petróleo ajudaram Maduro ao comprar grande parte do petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O apoio da Rússia pode ser decisivo para Maduro impulsionar a produção da commodity e restaurar o crescimento econômico após uma surpreendente abertura da economia no ano passado, depois de anos de hiperinflação que contribuiu para mais de 5 milhões de pessoas deixarem o país.
"Concordamos em aprofundar nossa cooperação econômica, comercial e de investimentos em várias áreas, apesar das sanções ilegítimas", disse Lavrov ao lado da vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, após uma reunião à tarde com o ditador chavista.
Lavrov também afirmou que "é escandaloso que ações 'unilaterais' de Washington afetem projetos humanitários e sociais".
O presidente americano, Donald Trump, se reuniu na Casa Branca nesta semana com o líder da oposição e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, que é reconhecido por mais de 50 países como legítimo líder da Venezuela.
O ministro russo expressou apoio a um esforço de negociação como uma alternativa para "levantes e intervenções".
Membros da oposição venezuelana afirmam que Maduro usa os diálogos como uma tática para ganhar tempo.
Na sexta, o Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que impôs sanções à companhia aérea estatal Conviasa, da Venezuela, por ela estar sendo usada para "transportar funcionários corruptos ao redor do mundo".
"O governo Trump não permitirá que Maduro e seus aliados continuem roubando do povo venezuelano e abusando de propriedades do Estado para promover suas atividades corruptas e desestabilizadoras", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado.
Não está claro se os EUA correriam o risco de impor sanções às empresas de petróleo russas, uma vez que as medidas poderiam impactar negativas os mercados de petróleo.
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