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Estados Unidos condenam Venezuela por detenção de tio de Guaidó

Regime alegou que familiar trouxe explosivos em voo no qual acompanhava líder oposicionista

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Washington | Reuters

O Departamento de Estado dos EUA condenou neste sábado (16) a detenção do tio do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, afirmando que o ato teve motivação política. A pasta exigiu sua libertação imediata.

Juan José Márquez foi detido na terça-feira (11), no aeroporto internacional Simón Bolívar, que serve Caracas. Ele acompanhava Guaidó em seu retorno à Venezuela após uma turnê internacional de três semanas.

No dia seguinte, o autoproclamado presidente interino contou que seu tio foi parado para uma suposta fiscalização do Seniat, a agência tributária nacional da Venezuela (similar à Receita Federal brasileira).

Tumulto durante chegada do líder opositor Juan Guaidó ao aeroporto
Tumulto durante chegada do líder opositor Juan Guaidó ao aeroporto internacional Símon Bolívar, que serve a capital venezuelana, Caracas - Cristian Hernandez - 11.fev.20/AFP

De acordo com o Departamento de Estado americano, Márquez é acusado de contrabandear material explosivo a bordo do voo internacional que os trouxe direto de Portugal.

O porta-voz da pasta, Morgan Ortagus, ridicularizou as acusações dizendo que Márquez havia passado por rigorosos exames e protocolos de segurança no aeroporto de Lisboa.

Ele também observou que a TAP, companhia aérea portuguesa responsável pelo trajeto, afirmou publicamente que era impossível um passageiro viajar com explosivos.

"Fabricar evidências para justificar detenções arbitrárias e com motivação política é uma ferramenta comum do regime ilegítimo de Nicolás Maduro", disse Ortagus.

Guaidó, durante uma entrevista coletiva no sábado (15), disse que Maduro visou seu tio porque as autoridades têm medo de detê-lo, apesar de repetidamente ameaçar fazê-lo em 2019.

"Eles poderiam ter feito isso em qualquer época do ano passado... Mas são tão covardes que tiveram que deter um membro da família", disse ele.

A esposa de Márquez, Romina Botaro, disse que seu marido é um piloto de avião que não tem nenhum envolvimento político.

O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.

O colapso econômico sob o ditador Nicolás Maduro levou quase 5 milhões de pessoas a deixarem o país, criando uma crise migratória nas nações latino-americanas vizinhas.

Segundo o Departamento de Estado, houve 2.219 prisões arbitrárias na Venezuela no ano passado e mais de 15 mil foram registradas entre 2014 e 2019.

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