A Justiça da Argentina anulou nesta segunda (10) a última ordem de prisão contra a vice-presidente Cristina Kirchner, que ainda é alvo de oito processos, informou uma fonte judicial à agência de notícias AFP.
A ex-presidente (2007-2015) corria risco de ser detida por conta da investigação dos "cadernos da corrupção", que apura supostos subornos pela concessão de obras públicas orçadas em mais de US$ 160 milhões (cerca de R$ 692 milhões) durante o governo de seu marido, Nestor Kirchner (2003-2007), e o seu, e que envolvem ex-ministros e dezenas de empresários.
Embora a detenção preventiva de Cristina tenha sido decretada em cinco processos, elas não foram executadas devido às prerrogativas de seus cargos, primeiro de senadora e agora de vice-presidente.
A investigação da Justiça se baseia nas anotações em cadernos escolares feitas pelo motorista Oscar Centeno, ex-funcionário do Ministério de Planejamento durante os dois governos kirchneristas.
Neles, Centeno anotou o que diz ser uma lista de todas as entregas de malas ou pacotes com dinheiro relacionados a subornos de empresários a políticos e que estariam vinculados a propinas para obter concessões de obras públicas ou outros favores.
Há pelo menos oito figuras do primeiro escalão de governos kirchneristas anteriores que respondem a processos por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha —a maioria deles está atrás das grades.
Cristina ainda responde a outros sete processos, a maioria por acusações de corrupção, os quais ela atribui a uma perseguição política.
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