A procuradoria boliviana abriu um processo criminal contra o ex-presidente Evo Morales e alguns de seus colaboradores mais próximos por fraude nas eleições anuladas em outubro passado.
As informações foram divulgadas pelo procurador-geral boliviano, Juan Lanchipa, nesta quarta-feira (19).
"Um novo caso foi aberto contra as ex-autoridades em relação à fraude eleitoral", disse Lanchipa a repórteres.
O ex-presidente Carlos Mesa, que disputou as eleições contra Evo em outubro, pediu na semana passada que a procuradoria ampliasse as investigações por crimes eleitorais ao ex-presidente, a seu ex-vice-presidente, Álvaro García Linera, e aos ex-ministros Juan Ramón Quintana (Presidência), Héctor Arce (Justiça) e Carlos Romero (Governo).
Mesa considera que a investigação anterior, contra seis membros do Tribunal Supremo Eleitoral, foi incompleta porque não "levou em consideração os autores intelectuais" do delito.
Os crimes denunciados por Mesa são uso de documento falsificado e alteração e obstrução dos processos eleitorais, bem como a ocultação de resultados.
O julgamento busca que "nunca mais um presidente do Estado, abusando de seu poder, zombe do voto do povo", explicou o advogado de Mesa, Carlos Alarcón.
"Era inaceitável que apenas os seis membros eleitorais fossem processados quando não agiram nessa fraude em seu próprio benefício. Eles fizeram isso em benefício do ex-presidente e de sua liderança do governo", acrescentou Alarcón.
A Justiça também investiga Evo, que vive atualmente em Buenos Aires com o status de refugiado, pelos delitos de sedição e terrorismo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.