Confrontos de rua violentos tomaram na noite de domingo (23) a capital do Haiti, Porto Príncipe, em meio a um protesto de policiais por melhores salários e condições de trabalho.
O governo do Haiti divulgou um comunicado em que condenou a violência dos atos e anunciou a suspensão dos festejos de Carnaval na cidade, que celebra com festivais de dança e uma procissão.
"O terror reinou em certas áreas", dizia a nota do governo. "Ruas foram bloqueadas e houve uma situação semelhante a uma guerra na praça do Campo de Marte, onde o fogo de armas pesadas foi ouvido durante quase todo o dia."
Um palco para shows foi incendiado. "Sem dinheiro para policiais, mas com dinheiro suficiente para Carnaval", gritavam os manifestantes. Muitos deles, mascarados, vestiam o uniforme creme e azul da polícia e carregavam armas.
O presidente do Haiti, Jovenel Moise, tem governado por decreto desde janeiro, depois de o país não ter conseguido realizar eleições e de o mandato dos deputados e da maioria dos senadores ter expirado, em outubro passado.
Nação mais pobre das Américas, o Haiti viu a ajuda internacional ser suspensa por causa da situação política.
Um em cada 3 haitianos, ou o equivalente a 3,7 milhões de pessoas, precisa de assistência alimentar com urgência. O país está em 111º lugar, entre 117, no Index Global de Fome, ao lado de países da África subsaariana.
Além disso, os haitianos ainda convivem com os problemas de infra-estrutura agravados pelo terremoto de magnitude 7 que deixou entre 100 mil e 200 mil mortos em janeiro de 2010.
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