O YouTube afirmou nesta segunda-feira (3) que pretende retirar do ar conteúdo enganoso relacionado à eleição americana que possa causar "risco sério de danos graves". É a primeira vez que a plataforma de vídeo se posiciona e apresenta a forma como lidará com vídeos políticos e mentiras virais.
O site, que já implementou várias políticas a respeito de conteúdo falso ou enganoso, apresentou o plano completo no dia das prévias democratas em Iowa, quando se inicia o processo de escolha do candidato que representará o partido no pleito.
"Nos últimos anos, intensificamos nossos esforços para tornar o YouTube uma fonte mais confiável de notícias e informações, assim como uma plataforma aberta ao discurso político saudável", escreveu num blog Leslie Miller, vice-presidente de assuntos governamentais e políticas públicas do YouTube, que pertence ao Google.
Ela acrescentou que a plataforma aplicará suas diretrizes "sem levar em conta o ponto de vista político do vídeo".
A medida é a mais recente tentativa de companhias de tecnologia de lidar com a desinformação online, e provavelmente será intensificada antes da eleição em novembro.
No mês passado, o Facebook disse que removerá vídeos que foram alterados por inteligência artificial de maneira a enganar os espectadores, mas também que permitirá anúncios políticos e não verificará a veracidade de suas informações.
O Twitter baniu totalmente os anúncios políticos e declarou que não influirá de forma extensa nos tuítes de líderes políticos, embora possa tratá-los de modo diferente.
Ao lidar com a desinformação ligada à eleição, o YouTube enfrenta uma tarefa ambiciosa. Mais de 500 horas de vídeo por minuto são carregadas no site.
A empresa também enfrentou preocupações de que seus algoritmos possam levar as pessoas na direção de opiniões radicais e extremistas, ao lhes mostrar mais desse tipo de conteúdo.
Em seu post no blog, na segunda, o YouTube disse que proibirá vídeos que derem aos usuários a data errada da votação ou os que disseminarem informação errada sobre a participação no Censo.
A empresa disse que também removerá vídeos que espalharem mentiras sobre o status de cidadania de um candidato político ou sua elegibilidade a cargo público.
Twitter anuncia que vai retirar vídeos e fotos manipulados
Nesta terça-feira (4), o Twitter informou que vai retirar (ou identificar claramente) vídeos e fotos manipulados publicados em sua plataforma. A medida entrará em vigor em março, segundo a companhia.
O anúncio foi feito na sequência de outras redes sociais que tomaram medidas semelhantes para tentar combater a desinformação durante a campanha eleitoral americana.
A plataforma disse que vai se concentrar em conteúdos modificados, como montagens de vídeo e de áudio, que são feitos para enganar o público e podem incitar violência ou prejudicar a liberdade de expressão.
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