O deputado espanhol Javier Ortega Smith, porta-voz e número 2 do partido de ultradireita Vox, testou positivo para o novo coronavírus nesta terça (10).
Smith esteve um encontro do Vox no domingo (8), em Madri, no qual compareceram cerca de 9.000 pessoas, que correm risco de terem se contaminado.
O Vox pediu perdão por ter realizado o ato mesmo sob a ameaça do coronavírus, mas culpou o governo espanhol, sob comando do socialista Pedro Sánchez, por ter liberado o evento. Na Espanha, houve até agora 35 mortes e 1.648 casos.
"Tivemos a inocência de crer que este governo iria colocar a saúde dos espanhóis à frente de sua agenda de propaganda. E foi um erro", disse o Vox, em nota.
O partido acusa membros do governo de terem usado luvas de borracha em outro ato público, na mesma data, e ter anunciado medidas de restrição a reuniões públicas horas depois do encontro do Vox.
Após a confirmação do diagnóstico, o Vox orientou seus deputados a trabalhar de casa e pediu que as sessões parlamentares sejam suspensas até que a situação se normalize.
O partido também cobra que o governo dê mais detalhes de como pretende lidar com a crise do novo coronavírus, inclusive sobre a possibilidade de medidas nas fronteiras.
"Estamos dispostos a apoiar medidas excepcionais, caso o governo aja de maneira transparente", disse Santiago Abascal, líder do Vox, em um vídeo.
Ele também pediu a demissão da vice-primeira-ministra, Carmen Calvo, responsável pela resposta à epidemia.
O Vox se tornou a terceira maior força do Parlamento espanhol nas eleições de 2019 e faz parte da oposição ao governo ao lado do PP (Partido Popular, direita tradicional).
Nesta terça, o governo espanhol proibiu a realização de eventos com mais de mil pessoas em Madri, Vitória e outros cidades do país para tentar reduzir os riscos de contaminação.
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