Facebook tira do ar anúncios enganosos da campanha de Trump sobre o censo

Mensagens pediam que americanos preenchessem questionário sem relação com pesquisa oficial

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San Francisco | Reuters

O Facebook afirmou nesta quinta-feira (5) que está removendo anúncios da campanha de reeleição do presidente Donald Trump que pediam aos usuários que preenchessem um "Censo Oficial do Distrito Congressional 2020" por violar as políticas da empresa.

Os anúncios, centenas dos quais foram veiculados nas páginas do presidente e do vice-presidente, Mike Pence, levam a uma pesquisa num site oficial da campanha e depois a uma página que pede doações.

trump de costas, aponta para multidão vestida de azul e vermelho que segura cartazes com mensagens de apoio
O presidente dos EUA, Donald Trump, em comício em Charlotte, na Carolina do Norte - Brendan Smialowski - 2.mar.2020/AFP

"Essa pesquisa é ESSENCIAL para a nossa estratégia de campanha. Precisamos de americanos patrióticos como VOCÊ para responder a este censo, para que possamos desenvolver uma estratégia vencedora para SEU ESTADO [sic]", diz um dos anúncios.

Algumas das publicidades, que apresentam uma imagem de um pergaminho com as palavras "Censo de 2020", contêm textos como "sua participação neste esforço nacional nos fornecerá os dados detalhados de que precisamos para SEU DISTRITO CONGRESSIONAL [sic]".

O Facebook disse que as mensagens violaram suas regras, que vedam a "deturpação de datas, locais, horários e métodos de participação no censo".

"Existem políticas em vigor para evitar confusões em torno do censo oficial dos EUA, e este é um exemplo dessas regras que estão sendo aplicadas", disse o porta-voz do Facebook, Andy Stone, em comunicado.

A newsletter Popular Information, que primeiro divulgou os anúncios, afirmou que a empresa havia dito que as mensagens não violavam suas diretrizes.

O Facebook não respondeu a uma pergunta da Reuters sobre a existência de erro no episódio ou se houve uma mudança da avaliação da empresa.

A rede social, que tem sido alvo de críticas por permitir que políticos publiquem anúncios enganosos, afirmou em dezembro que proibiria propagandas que visem a limitar a participação no censo dos EUA.

Autoridades e parlamentares temem que a pesquisa possa ser alvo de campanhas de desinformação.

Membros do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara escreveram nesta quinta uma carta ao Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês, órgão responsável pela campanha de Trump) solicitando que parasse de enviar textos que se assemelhem a documentos oficiais do censo.

Os parlamentares citaram como exemplos mensagens de mala direta de angariação de fundos que dizem "Censo Distrital do Congresso 2020" e incluíam questionários.

“Essas comunicações estão em total conformidade com a lei, claramente marcadas como uma solicitação de captação de recursos do Comitê Nacional Republicano e de forma alguma se assemelham ao censo oficial do governo. Estamos alterando a linguagem de mensagens futuras para tornar [esses aspectos] ainda mais óbvios”, disse uma porta-voz do RNC.

O censo, que ocorre uma vez a cada dez anos, será pela primeira vez realizado em grande parte de forma online neste ano.

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