O governo da Arábia Saudita prendeu três importantes membros da família real do país.
Entre os detidos estão o príncipe Ahmed bin Abdulaziz, irmão mais jovem do rei Salman, e Mohammed bin Nayef, sobrinho do rei, de acordo com a imprensa internacional.
O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, conhecido pela sigla MBS e comandante de fato do país, tem buscado consolidar seu poder desde que, em 2017, retirou seu primo Nayef da linha sucessória por meio de um golpe palaciano.
Em seguida, ele prendeu vários membros da realeza em uma campanha contra corrupção naquele ano.
Uma fonte disse à agência Reuters que as prisões ocorreram na sexta-feira (6). Nayef e seu meio-irmão, Nawaf, teriam sido detidos em um hotel de luxo, enquanto Ahmed foi preso em casa.
De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, as detenções estavam relacionadas a uma acusação de tentativa de golpe de Estado.
A Reuters disse que o próprio MBS ordenou as prisões porque os detidos estavam em conversas com governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, para tentar assumir o poder no país.
O governo saudita não se pronunciou sobre o caso.
Pessoas próximas à família real disseram que a habilidade de MBS para liderar tem sido questionada, especialmente após o caso da morte do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado por agentes sauditas, e dos ataques a refinarias sauditas no ano passado.
Elas disseram ainda que Abdulaziz, único irmão vivo do rei, poderia ser considerado como opção para assumir o trono, pois teria apoio da família real, das forças de segurança e de países estrangeiros.
Observadores avaliam que é improvável que a família real faça algo contra MBS enquanto seu pai, Salman, 84, estiver vivo, por reconhecer que o rei não se voltaria contra seu filho favorito.
O rei Salman delegou muitas responsabilidades ao filho, mas ainda comanda reuniões semanais do gabinete visitantes estrangeiros.
As detenções atuais ocorrem em um momento de tensão crescente com o rival Irã e enquanto MBS implementa ambiciosas reformas sociais e econômicas, incluindo uma oferta pública inicial de ações da gigante petrolífera Saudi Aramco, em dezembro passado.
O príncipe herdeiro foi elogiado por retirar algumas restrições sociais, como permitir que mulheres dirijam carros, mas foi criticado internacionalmente pelo envolvimento na guerra devastadora do Iêmen e pela detenção de ativistas, como parte de uma onda de repressão a dissidentes.
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