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Manifestações ganham fôlego na América Latina no Dia Internacional da Mulher

Marchas são menores na Europa em consequência do coronavírus; mulheres sofrem agressão no Oriente Médio

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São Paulo, Paris, Santiago, Istanbul e Madri | Reuters e AFP

Mulheres se reuniram em cidades ao redor do mundo em manifestações pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8) —em alguns casos, mesmo sob a ameaça do coronavírus.

Na América Latina, marchas aconteceram em um cenário de protestos mais abrangentes, engrossados por bandeiras como luta contra o feminicídio e políticas sobre aborto.

Segundo a polícia, 150 mil manifestantes se reuniram na capital chilena, Santiago, em um protesto sem grandes incidentes —o Chile passa por uma onda de manifestações contra o governo de Sebastián Piñera, com episódios de violência nos últimos meses.

Manifestantes durante a celebração do Dia Internacional da Mulher em Santiago, Chile
Manifestantes durante a celebração do Dia Internacional da Mulher em Santiago, Chile - Lucas Alvarado/Reuters

Na Cidade do México, capital mexicana, a marcha tinha a expectativa de receber números recordes de participantes motivados a protestar contra feminicídios, que mais do que dobraram nos últimos cinco anos no país, segundo o jornal New York Times.

Na manhã deste domingo (8), mulheres pintaram, no chão de uma praça na região central da Cidade do México, nomes de mulheres mortas recentemente.

Além disso, uma aliança feminista também prepara uma greve de 24 horas para esta segunda (9). A ideia é que haja paralisação em diversos setores, como escolas, transporte e serviços.

Sob a hashtag #UNDÍASINNOSOTRAS (um dia sem nós, em português), o protesto ganhou fôlego depois de dois assassinatos recentes, no início de fevereiro.

Um deles foi de Ingrid Escamilla, 25, que foi esfaqueada, esfolada e teve o corpo mutilado. Já Fátima Cecilia Aldrighett, 7, foi sequestrada de sua escola primária na Cidade do México e teve o corpo encontrado em um saco plástico ao lado de um canteiro de obras nos arredores da capital.

No Brasil, grupos feministas se reuniram na avenida Paulista, centro de São Paulo. Outros atos aconteceram em cidades como Rio de Janeiro e Brasília.

Em Bogotá, capital colombiana, mulheres celebraram a primeira prefeita da cidade ao mesmo tempo em que protestaram contra uma recente decisão judicial que mantém limites ao aborto.

Manifestantes em Buenos Aires planejavam marchar até o Congresso no final deste domingo (8) e realizar paralisações nesta segunda-feira (9) em apoio à igualdade salarial e legislação de combate à violência contra as mulheres.

As manifestações foram menores que o habitual na Europa em consequência da crise do coronavírus.

Na Espanha, mulheres marcharam pelo Dia Internacional da Mulher mesmo com preocupações sobre a epidemia. O ministro da Saúde do país, Salvador Illa, pediu que quem apresentasse sintomas não comparecesse à manifestação.

Com bandeiras e faixas denunciando a violência contra mulheres, uma multidão marchou em grandes avenidas de Madri em direção ao centro da cidade. Havia faixas com os dizeres "machismo mata mais que coronavírus".

Na Coreia do Sul, país com o maior número de casos depois da China, eventos também foram cancelados devido ao surto do vírus.

"Embora não possamos estar fisicamente juntas, nossa determinação em obter igualdade entre homens e mulheres é mais forte do que nunca", disse a ministra da Igualdade, Lee Jung-Ok, em um vídeo.

Em Paris, ativistas do grupo Femen, com os seios à mostra, luvas e máscaras de proteção, reuniram-se na Place de la Concorde.

No Oriente Médio, manifestações aconteceram no Iraque e no Líbano.

Além disso, mulheres e homens participaram de um protesto em Islamabad, capital do Paquistão, mas foram agredidos com pedras, sapatos e pedaços de madeira enquanto marchavam pelas ruas da cidade.

Foi necessário um cordão policial para que os manifestantes não fossem atacados por grupos religiosos.

A polícia turca fez um bloqueio na noite deste domingo contra algumas centenas de mulheres que se reuniram no centro de Istambul, na praça Taksim, e foram impedidas de entrar na avenida Istiklal, turística via para pedestres. Estações de metrô nos arredores foram fechadas.

No ano passado, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes no Dia Internacional da Mulher.

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