Descrição de chapéu Venezuela

Polícia venezuelana usa gás para dispersar marcha contra Maduro

Convocado pelo líder opositor, Juan Guaidó, ato reúne centenas de pessoas em Caracas

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Caracas | AFP e Reuters

A polícia venezuelana disparou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar centenas de venezuelanos que marcharam nesta terça (10) em Caracas para reforçar a pressão contra o regime de Nicolás Maduro.

O ato estava sendo visto como uma medida da força do líder opositor Juan Guiadó, que voltou há um mês de uma viagem diplomática que incluiu encontros com o presidente americano, Donald Trump, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Os manifestantes se reuniram na praça Juan Pablo 2º, na capital venezuelana, e partiram em direção à Assembleia Nacional. Em janeiro, Guaidó foi reeleito presidente da Casa numa sessão tumultuada em que o regime de Maduro anunciou outro líder, o deputado Luis Parra.

Apoiador de Juan Guiadó devolve bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia em Caracas
Apoiador de Juan Guiadó devolve bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia em Caracas - Federico Parra/AFP

Em outra região da capital, apoiadores do ditador também começaram a se reunir para caminhar em direção à Assembleia Nacional Constituinte, vizinha da Assembleia Nacional.

Vestidos de vermelho, centenas de chavistas atenderam ao chamado do governo, convocado em nome da defesa da soberania do país.

No grupo dos opositores, a principal reclamação era sobre a crise que expulsou quase 5 milhões de venezuelanos do país desde 2015, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas.

"A situação é uma catástrofe. Nossos direitos como trabalhadores não são respeitados, e pedimos mudanças", disse Ofelia Rivera, aposentada de 58 anos que participava da marcha.

Guaidó queria que a marcha chegasse ao Palácio Federal Legislativo para discutir soluções para a crise econômica e debater a convocação de novas eleições presidenciais —ele acusa de fraudulentas as que reelegeram Maduro, em 2018.

A sede do Legislativo, no entanto, fica numa zona de Caracas que é um conhecido reduto chavista, e a polícia costuma sufocar esse tipo de manifestação.

Quando foram interrompidos pelas forças de segurança, Guaidó declarou: "Chegará o momento em que chegaremos aonde temos que chegar".

Ele se reuniu com alguns deputados na rua, e o grupo aprovou um documento que exige a convocação de novas eleições. O texto afirma que uma "eleição livre, justa a verificável" é a "via constitucional e democrática" para solucionar a crise em que está mergulhada a Venezuela.

Antes de a marcha ser dispersada, Guaidó chegou a agradecer o apoio político e pedir aplausos ao presidente Jair Bolsonaro e a Iván Duque, da Colômbia, e Lenín Moreno, do Equador.

Segundo a conta da Assembleia Nacional no Twitter, três deputados foram presos durante os protestos.

Os governistas consideram Guaidó um traidor da pátria por ter se proclamado presidente interino em janeiro de 2019. Desde então, ele foi reconhecido por mais de 50 países (incluindo o Brasil) como legítimo líder da Venezuela. ​

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