O presidente do Parlamento de Israel, aliado do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, renunciou nesta quarta (25), abrindo caminho para uma votação que pode resultar na eleição de um rival do atual premiê.
Yuli Edelstein renunciou após se recusar a acatar uma ordem da Suprema Corte que exigia a convocação de uma nova votação para apontar um substituto de seu cargo. Como o Likud, partido de Netanyahu, ficou em segundo lugar nas eleições de 2 de março, tudo indica que Edelstein perderá o comando da Casa.
O líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz, conquistou o direito de tentar formar governo, graças ao apoio de 62 deputados. A coalizão de Netanyahu conta hoje com 58 membros.
Com um cenário político dividido, no entanto, não é certo que o opositor consiga formar uma aliança estável.
A paralisia no Parlamento vem apenas agravar o impasse e o caos político no país, após três eleições inconclusivas realizadas nos últimos 12 meses.
Ao renunciar, Edelstein acusou a Suprema Corte de tomar medidas "grosseiras e arrogantes" contra assuntos legislativos ao ordenar que marque uma votação para definir seu substituto no comando da Casa.
O agora ex-chefe do Knesset, o Parlamento israelense, defendia que a votação deveria ser adiada por causa da pandemia. Para a Justiça, esse gesto seria um desrespeito às regras democráticas, uma vez que uma nova legislatura tomou posse na semana passada.
A saída de Edelstein facilita o caminho para que a oposição possa aprovar uma lei que impeça Netanyahu de participar de um novo governo enquanto responde na Justiça por corrupção, fraude e quebra de confiança. Ele nega todas as acusações.
Netanyahu segue no cargo enquanto o impasse permanece. Ele foi acusado de agir de forma autoritária ao determinar uma série de medidas de emergência por causa do coronavírus que têm o potencial de lhe beneficiar. Uma delas levou ao adiamento de dois meses do seu próprio julgamento.
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