Aliado de Netanyahu, presidente do Parlamento de Israel renuncia

Yuli Edelstein se recusou a convocar votação para eleger novo líder do Legislativo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Jerusalém e São Paulo | AFP e Reuters

O presidente do Parlamento de Israel, aliado do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, renunciou nesta quarta (25), abrindo caminho para uma votação que pode resultar na eleição de um rival do atual premiê.

Yuli Edelstein renunciou após se recusar a acatar uma ordem da Suprema Corte que exigia a convocação de uma nova votação para apontar um substituto de seu cargo. Como o Likud, partido de Netanyahu, ficou em segundo lugar nas eleições de 2 de março, tudo indica que Edelstein perderá o comando da Casa.

Yuli Edelstein, ex-líder do Knesset, o Parlamento israelense - Eric Feferberg - 16.mai.2018/AFP

O líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz, conquistou o direito de tentar formar governo, graças ao apoio de 62 deputados. A coalizão de Netanyahu conta hoje com 58 membros.

Com um cenário político dividido, no entanto, não é certo que o opositor consiga formar uma aliança estável.

A paralisia no Parlamento vem apenas agravar o impasse e o caos político no país, após três eleições inconclusivas realizadas nos últimos 12 meses.

Ao renunciar, Edelstein acusou a Suprema Corte de tomar medidas "grosseiras e arrogantes" contra assuntos legislativos ao ordenar que marque uma votação para definir seu substituto no comando da Casa.

O agora ex-chefe do Knesset, o Parlamento israelense, defendia que a votação deveria ser adiada por causa da pandemia. Para a Justiça, esse gesto seria um desrespeito às regras democráticas, uma vez que uma nova legislatura tomou posse na semana passada.

A saída de Edelstein facilita o caminho para que a oposição possa aprovar uma lei que impeça Netanyahu de participar de um novo governo enquanto responde na Justiça por corrupção, fraude e quebra de confiança. Ele nega todas as acusações.

Netanyahu segue no cargo enquanto o impasse permanece. Ele foi acusado de agir de forma autoritária ao determinar uma série de medidas de emergência por causa do coronavírus que têm o potencial de lhe beneficiar. Uma delas levou ao adiamento de dois meses do seu próprio julgamento.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.