Descrição de chapéu Coronavírus Governo Trump

Relaxem, vai passar, diz Trump à população sobre coronavírus

Presidente pede a americanos não estocar comida e afirma que governo está fazendo o melhor contra doença

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São Paulo | Reuters

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse neste domingo (15), em entrevista coletiva na Casa Branca, que “não há necessidade de estocar comida” em razão do avanço do coronavírus.

Ele conversou com varejistas mais cedo, que lhe teriam pedido para orientar a população a comprar menos. “Apenas relaxem”, declarou. “Nós estamos fazendo o melhor. Isso vai passar.”

Trump tem sido alvo de críticas por tentar minimizar, desde o início, o impacto da Covid-19 e por ter demorado a tomar medidas.

Em um primeiro momento, ele se recusou a fazer um teste da doença após ter entrado em contato com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro no fim de semana passado —ao menos três integrantes do grupo que jantou com Trump na Flórida no dia 7 contraíram o vírus. “Não estou preocupado”, disse.

Trump de terno e gravata caminha em direção ao púlpito para discursar
Presidente Donald Trump chega à coletiva na Casa Branca, em Washington - Joshua Roberts - 15.mar.2020/Reuters

A Casa Branca chegou a dizer que o exame não era necessário. No sábado (14), porém, o presidente disse que havia feito o teste. Horas depois, anunciou que o resultado foi negativo.

A comunicação contraditória dentro do governo também tem sido questionada. Na segunda (9), Trump escreveu em uma rede social que 37 mil americanos haviam morrido de gripe comum no ano passado e que, até aquele momento, havia 546 casos confirmados de coronavírus, com 22 mortes.

Dois dias depois, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, afirmou que a Covid-19 é dez vezes mais letal que a gripe sazonal, quando questionado por um comitê da Câmara.

Na sexta-feira, já pressionado a dar uma resposta mais incisiva no combate ao vírus, Trump declarou estado de emergência nacional, o que significa a liberação de US$ 50 bilhões em ações contra a doença.

Segundo o vice-presidente Mike Pence, cerca de 2.000 laboratórios serão capacitados a realizar testes de coronavírus nos próximos dias. Uma das queixas à gestão do governo diante da crise era a oferta limitada de exames, o que pode ter gerado uma subnotificação dos casos.

Até este domingo (15), de acordo com os números oficiais, os EUA já haviam registrado cerca de 3.000 pacientes com o vírus e 62 mortes. Escolas suspenderam aulas em todo o país, e vários setores foram paralisados.

A pandemia já afetou o calendário das primárias democratas para as eleições presidenciais de novembro.

Geórgia e Louisiana adiaram a disputa. O primeiro faria em 24 de março, e o segundo em 4 de abril. Quatro estados fazem primárias nesta terça (17): Arizona, Flórida, Illinois e Ohio. Nenhum havia cancelado o pleito.

Na noite deste domingo (15), os pré-candidatos Bernie Sanders e Joe Biden, que disputam quem vai concorrer à Casa Branca contra Trump, fariam o primeiro debate na TV apenas entre eles.

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