Descrição de chapéu Coronavírus

Alemanha anuncia reabertura de lojas na próxima segunda

Após 3 semanas de quarentena, país registra mais curados que doentes e mortos por coronavírus

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Bruxelas

A Alemanha deve começar a relaxar a quarentena na próxima segunda-feira (20), com a abertura de lojas não essenciais, anunciou nesta quarta (15) a chanceler Angela Merkel.

Depois de três semanas de lockdown, o país passou a ter nesta semana mais pacientes recuperados da Covid-19 (doença provocada pelo coronavírus) que doentes e mortos.

O relaxamento permitirá a volta de lojas com no máximo 800 metros quadrados, desde que garantido o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os clientes.

A volta das aulas, de serviços, como cabeleireiros, e a reabertura de empresas devem acontecer a partir de 4 de maio, quando termina a vigência do lockdown, também com medidas de distanciamento físico.

Ruas vazias em Berlim, durante o isolamento social - Binh Truong - 11.abr.2020/Xinhua

Reuniões de mais de duas pessoas que não sejam da mesma família continuam proibidas. O governo também "recomendará fortemente" o uso de máscaras em espaços coletivos e transportes públicos, segundo Merkel.

Festivais e outros eventos públicos, como jogos de futebol, devem ficar suspensos até o final de agosto, e não há data para a volta de cerimônias religiosas.

"Precisamos entender que precisaremos viver com o vírus enquanto não houver medicação ou vacina", disse a chanceler.

O governo vai monitorar a evolução dos contágios e rediscutir o relaxamento a cada duas semanas.

A Alemanha, maior economia da Europa, registra até esta quarta 4,2 mortes por 100 mil habitantes, 28º menor número no continente, mas seu sistema de saúde (o mais equipado do continente) permitiu uma letalidade bem abaixo de outros grandes países como Espanha (39/100 mil hab.), Itália (35/100 mil hab.) e França (24/100 mil habitantes).

Com um sistema de decisão mais complexo, por exigir a discussão entre as 16 regiões do país, a Alemanha decretou lockdown mais tarde, em 22 de março —vários estados e a região de Berlim começaram a implantar medidas de distanciamento dez dias antes, porém.

A Bélgica, cuja quarentena vai até 3 de maio, também anunciou a reabertura na próxima semana de parte das lojas não essenciais.

O país tem uma das maiores taxas de letalidade do mundo (35 por 100 mil habitantes), mas seus números incluem óbitos em asilos, nem todos com confirmação do contágio por coronavírus.

Também nesta quarta, Islândia (2,3 mortes/100 mil) e Finlândia (1,2 mortes/100 mil) divulgaram seus planos para retomar atividades, elevando a 13 o número de países que já começaram a relaxar suas quarentenas.

Eslováquia, República Tcheca, Áustria, Itália e Espanha já permitiram o funcionamento de parte de suas empresas, a Dinamarca retomou nesta quarta as aulas, e Noruega, França e Polônia anunciaram seus planos de reabertura.

Pela manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um roteiro para coordenar medidas de relaxamento entre os membros do bloco.

Como antecipado pela Folha, o Executivo da UE recomenda que a retomada obedeça a três critérios técnicos: a redução da transmissão, a capacidade de atendimento do serviço médico e estrutura para testar, rastrear contatos e isolar todos os casos de infecção, independentemente da gravidade.

Ursula e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu (grupo que reúne os líderes dos 27 países membros), também disseram que o bloco prepara um plano de “investimentos gigantes” para garantir a recuperação econômica do continente depois que a pandemia tiver sido controlada.

Segundo a presidente da Comissão, o bloco mobilizou até agora 3 trilhões de euros (cerca de R$ 17,4 trilhões) para reduzir danos provocados pelas quarentenas, em programas de prevenção ao desemprego, acesso a crédito e gastos na área de saúde.

O plano de investimento para reerguer as economias, “também da ordem de trilhões de euros”, deve ser incluído no orçamento para os próximos sete anos, que está em discussão entre os membros da UE.

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