Atirador mata ao menos 16 pessoas no Canadá no pior caso de assassinato em massa do país em 30 anos

Episódio acontece em meio a pandemia do coronavírus, que contabiliza cerca de 1.500 mortes no país

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Portapique (Canadá) e São Paulo | Reuters

Um homem armado na província canadense de Nova Escócia matou neste domingo (19) ao menos 16 pessoas, incluindo uma policial, em uma ação que se estendeu por mais de 12 horas, segundo autoridades.

Um membro da Polícia Real Montada em Portapique, no Canadá, onde um homem matou mais de dez pessoas
Um membro da Polícia Real Montada em Portapique, no Canadá, onde um homem matou mais de dez pessoas - John Morris/Reuters

O pior caso de assassinato em massa do país em 30 anos ocorre em meio à pandemia do coronavírus, que matou ao menos 150 mil pessoas no mundo—e contabiliza cerca de 1.500 mortes no Canadá.

A Polícia Real Montada do Canadá informou que Gabriel Wortman, 51, fez alterações em seu veículo para que parecesse um carro de polícia e atirou em pessoas em vários locais da província.

Até a noite deste domingo (19), autoridades ainda tentavam confirmar o número total de mortos e afirmavam desconhecer a motivação do crime.

A polícia declarou que Wortman está morto, mas não confirmou se ele havia sido baleado por forças de segurança, como afirmou uma reportagem no domingo.

“É um dia devastador para a Nova Escócia, que ficará gravado na memória por muitos anos dessa forma”, disse Lee Bergerman, comandante da Polícia Real Montada.

O massacre é o pior desde que um homem armado matou 15 pessoas em Montreal em dezembro de 1989. Um homem que dirigia uma van matou deliberadamente dez pessoas em Toronto, em 2018.

Tiroteios em massa são relativamente raros no Canadá, que tem leis mais rígidas de controle de armas do que os Estados Unidos.

A polícia afirma que descobriu uma série de corpos neste domingo depois de ser chamada para averiguar disparos feitos em uma casa na pequena cidade costeira de Portapique, cerca de 130 km ao norte da capital da província, Halifax.

“Quando a polícia chegou ao local, localizou várias pessoas feridas dentro e fora da casa”, disse Chris Leather, oficial de operações criminais da Polícia Real Montada do Canadá. Prédios da cidade estavam em chamas, e a polícia trocou tiros com Wortman.

Ele foi visto vestindo um uniforme da polícia, mas não se sabe se ele estava disfarçado de policial quando os assassinatos ocorreram. O premiê canadense, Justin Trudeau, lamentou o que classificou de “situação terrível”.

De acordo com a Sociedade de Dentistas da Nova Escócia, Wortman administrava uma clínica de dentaduras em Dartmouth, perto de Halifax.

O agente de operações criminais Chris Leather afirmou que pode existir uma ligação do episódio com a pandemia do coronavírus, que forçou o fechamento de diversos pequenos negócios.

Residentes de Portapique afirmaram que os primeiros sinais da violência começaram a aparecer no sábado (18), quando a polícia local pediu a todos que permanecessem em casa. Darcy Sack, uma habitante da região, afirmou que havia visto duas viaturas pegando fogo enquanto dirigia neste domingo.

“Vimos um policial no local e, de repente, ele correu em direção a um dos veículos em chamas”, disse. “Ouvimos tiros.”

A Nova Escócia, assim, como o resto do país, adotou o isolamento social durante a pandemia do coronavírus, que bateu a marca de 150 mil mortes no mundo —no Canadá, o número de vítimas feitas pela Covid-19 subiu em um dia cerca de 12%, para 1.506, segundo dados divulgados pela agência de saúde pública do país neste domingo (19).

Em um comunicado, o órgão informa que o número de pessoas diagnosticadas subiu para 33.922. Assim como nos EUA, onde o número de mortos ultrapassa 40 mil, o Canadá também registrou manifestações pedindo o fim do isolamento social.

O ministro da Saúde da província de British Columbia, Adrian Dix, criticou os manifestantes na semana passada. “Não os promovam”, afirmou sobre um vídeo que viralizou nas redes sociais mostrando dezenas de pessoas protestando contra o isolamento social em Vancouver.

Nas imagens, é possível ver crianças e idosos aglomerados e sem máscaras. Um dos manifestantes diz que o coronavírus é “fake news”.

Erramos: o texto foi alterado

Adrian Dix foi incorretamente identificado como ministro da Saúde do Canadá, cargo cupado por Patty Hajdu. Ele é, na verdade, titular da Saúde da província canadense de British Columbia. O texto foi corrigido.

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