O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (29) que a China “vai fazer todo o possível” para que ele não seja reeleito no pleito de novembro e que o modo como pequim lidou com o coronavírus é prova disso.
As declarações foram dadas durante entrevista exclusiva que o republicano deu à agência de notícias Reuters na Casa Branca.
Segundo Trump, Pequim prefere que o democrata Joe Biden —seu provável adversário nas eleições— seja eleito como próximo presidente dos Estados Unidos porque ele teria uma posição menos dura em relação a China, principalmente em questões envolvendo comércio e tarifas.
"A China fará todo o possível para que eu perca essa disputa”, disse ele.
"Eles constantemente usam as relações públicas para parecerem que são inocentes", prosseguiu, fazendo referência ao modo como o país asiático tratou a pandemia de coronavírus.
Na entrevista, o presidente americano culpou a China pela doença e afirmou que o país deveria ter avisado o resto do planeta de maneira mais enfática sobre os perigos da Covid-19.
Apesar das críticas, Trump não culpou diretamente o líder da ditadura chinesa, Xi Jinping, pela situação e afirmou que ainda espera fechar um acordo comercial com ele.
O americano também disse acreditar que a eleição presidencial, marcada para 3 de novembro, não será um referendo do modo como sua gestão lidou com o coronavírus.
Trump disse ainda que não acredita nas pesquisas recentes que mostram Biden a sua frente na disputa pela Casa Branca.
"Não acredito nas pesquisas. Acredito que as pessoas deste país são inteligentes. E não acho que eles irão apoiar um homem incompetente", disse, referindo-se ao rival.
Biden diz que vai manter embaixada em Jerusalém
O democrata Joe Biden não comentou as declarações de Trump na entrevista. Mais cedo, ele tinha usado um evento online para captação de recursos para criticar a posição do presidente sobre o Oriente Médio.
Defendeu que Trump não deveria ter transferido a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém sem antes ter um acordo com todas as partes.
Apesar disso, o democrata anunciou que manterá a embaixada americana em Jerusalém caso vença a eleição presidencial.
O ex-vice-presidente de Barack Obama disse que, "agora que está feito, não levarei a embaixada de volta a Tel Aviv".
"Mas o que eu faria... Seria também abrir nosso consulado em Jerusalém Oriental para dialogar com os palestinos, e meu governo exortaria as duas partes a tomar iniciativas para manter viva a perspectiva de uma solução de dois Estados", afirmou o democrata a cerca de 250 doadores, reunidos por videoconferência.
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