Corte equatoriana condena Rafael Correa a oito anos de prisão por esquema de propina

Ex-presidente é investigado também em outras 30 ações judiciais no país

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Quito (Equador) | AFP

A Justiça do Equador condenou nesta terça-feira (7) o ex-presidente Rafael Correa a oito anos de prisão por crime de corrupção cometido durante seu segundo mandato à frente do país.

Correa e outros 17 antigos colaboradores foram considerados culpados por um esquema chamado “Subornos 2012-2016”, no qual construtoras pagaram cerca de US$ 7 milhões (R$ 37 milhões) em proprina para conseguir contratos com o governo equatoriano.

Rafael Correa dá entrevista no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica - Kenzo Triboullard - 9.out.2019/ AFP

A Odebrecht chegou a ser citada no processo, mas o Ministério Público do Equador decidiu não investigar a empresa brasileira.

Correa foi vinculado ao caso por um montante de R$ 6.000 (R$ 31 mil) que apareceu em sua conta bancária. Ele alega que a quantia foi um empréstimo de um fundo partidário.

O ex-presidente vive na Bélgica e diz ser perseguido pelo atual presidente do Equador, Lenín Moreno. Os dois são antigos aliados políticos.

“Conheço o processo, e o que os juízes dizem é mentira. Não provaram absolutamente nada. Puro falso testemunho, sem provas”, disse Correa em um post publicado no Twitter.

A sentença inclui ainda a perda de direito de participação na vida política do país por 25 anos.

"Isso era o que queriam: manipulando a Justiça, conseguir o que nunca foi possível nas urnas. Eu estou bem. Fico preocupado com meus companheiros. Certamente ganharemos em nível internacional", afirmou Correa.

Entre os condenados, há ex-deputados do Equador e ex-ministros de Correa. O ex-vice-presidente Jorge Glas, que já cumpre pena de seis anos de prisão por receber proprina da Odebrecht, também foi considerado culpado pelo esquema.

Correa é investigado ainda em outras 30 ações judiciais. Em uma delas, o ex-presidente é acusado de ser o mentor intelectual do sequestro do ex-deputado opositor Fernando Balda, em 2012 na Colômbia.

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