O Partido Democrata postergou em um mês sua convenção nacional inicialmente marcada para meados de julho, informou a direção da sigla nesta quinta (2), devido ao avanço do coronavírus. A mudança é a maior alteração no calendário das eleições americanas causada pela pandemia até agora.
O evento de nomeação do candidato democrata que vai concorrer contra Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro estava marcado para ocorrer entre 13 e 16 de julho, em Milwaukee, mas agora deve acontecer na semana de 17 de agosto, na mesma cidade.
O adiamento acontece após o principal candidato da sigla, o ex-vice-presidente Joe Biden, ter sugerido que o encontro que reúne milhares de pessoas deveria ser remarcado devido à pandemia.
"Vai depender de que tipo de ação será tomada entre agora e o meio do verão para mudar esta curva", disse ele na quarta (1º), em entrevista para o comediante Jimmy Kimmel, da rede ABC. Na conversa, ele havia dito duvidar de que a convenção aconteceria em julho.
O adiamento vem na esteira do cancelamento de uma série de comícios e da mudança de datas de primárias em diversos estados. Além disso, com boa parte da população dos EUA sob quarentena, a campanha presidencial tem se desenrolado basicamente online.
Mas, mesmo diante desse cenário, o partido esperava tomar a decisão da mudança mais para frente. Tom Perez, presidente da sigla, disse a doadores nesta semana que os democratas não tinham planos de alterar o dia da convenção, segundo o New York Times.
Falando após o anúncio do adiamento, Joe Solmonese, chefe-executivo do Comitê da Convenção Nacional Democrata, afirmou que "no nosso clima atual de incerteza, acreditamos que é melhor ter tempo extra para monitorar como a situação se desenvolve".
Biden, que foi vice-presidente nas duas gestões de Barack Obama, é o favorito à nomeação, à frente de seu principal concorrente, o senador por Vermont Bernie Sanders.
Especialistas da Casa Branca preveem que, mesmo se os americanos fiquem em casa para conter a expansão da Covid-19, a doença respiratória pode vitimar ao todo entre 100 mil e 240 mil pessoas no país, o mais afetado pelo vírus no mundo.
Mais de 226 mil casos já foram confirmados nos EUA, que registrou 5.648 mortes até a tarde desta quinta, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins.
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