Descrição de chapéu Coronavírus

Na volta às aulas, pais dinamarqueses temem mandar filhos para escola

Noruega tem data marcada para reabertura, e Austrália discute tema com ressalvas

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Bauru

A queda no número de novos casos de coronavírus na Dinamarca levou o governo a reabrir escolas e creches nesta quarta-feira (15).

O indício de que o país escandinavo começa a superar a crise causada pelo coronavírus, entretanto, não foi suficiente para tranquilizar mães e pais, que ainda não se sentem seguros para permitir que seus filhos voltem às aulas.

O medo de que as escolas se tornem um ambiente propício para provocar uma segunda onda de contaminação fez com que milhares de pais mantivessem seus filhos em casa.

Pais e alunos mantêm distanciamento em primeiro dia de volta às aulas em Copenhague, na Dinamarca - Ritzau Scanpix - 15.abr.20/Reuters

No Facebook, Sandra Andersen, mãe de duas meninas, de 5 e 9 anos, fundou o grupo “Meu filho não será uma cobaia”, que tem mais de 40 mil membros.

“Eu acho que muitos pais estão pensando: ‘por que meu filho pequeno tem que ser o primeiro a sair?’. Eu não vou deixar minhas filhas saírem, não importa o que aconteça”, disse Andersen à agência de notícias Reuters.

Além do fechamento das escolas, o governo da Dinamarca determinou a paralisação de lojas, bares, restaurantes, cinemas e academias, em um bloqueio que durou um mês. O país registra, até esta quarta-feira (15), 6.879 casos da Covid-19, com 309 mortes.

Também nesta quarta, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, defendeu a reabertura sob o argumento de que, com as crianças na escola, os pais poderão retornar ao trabalho e fazer a economia voltar a funcionar.

Na Austrália, o primeiro-ministro, Scott Morrison, também falou sobre a volta às aulas.

Em pronunciamento nesta quarta, o premiê pediu aos professores que retornassem às salas de aula em todo o país para se juntar a "grandes heróis", como as equipes médicas e os funcionários de supermercados.

"Se você tem um emprego nessa economia, é um serviço essencial, não importa qual emprego seja", disse ele. "Os pais precisam continuar a trabalhar em prol da economia e de suas famílias. Precisamos que as escolas sejam capazes de apoiar isso."

O primeiro-ministro não pode determinar a volta às aulas porque a decisão na Austrália cabe aos estados.

Líderes estaduais insistiram que os pais mantenham as crianças em casa, e sindicatos alertaram sobre os riscos à saúde dos professores.

Segundo Morrison, autoridades de saúde australianas consideram baixíssimos os riscos de as crianças frequentarem as escolas. Ao mesmo tempo em que se apoia nesse argumento, o premiê disse que os "filhos do país podem ser vítimas silenciosas" do coronavírus.

'Vai ficar tudo bem', dizem cartazes feito por crianças das escola primária de Perth, na Austrália - Zhou Dan - 30.mar.20/Xinhua

Com um discurso mais amigável, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, transmitiu nesta quarta-feira a segunda entrevista coletiva voltada exclusivamente para as crianças, em que adultos não podiam fazer perguntas.

Na primeira ocasião, em março, Solberg disse às crianças que não havia problema em sentir medo da pandemia. Dessa vez, admitiu que "ainda vai demorar um pouco até que a vida volte ao normal".

Na próxima semana, a Noruega vai começar a reabrir algumas instituições públicas e privadas após o fechamento de um mês para tentar conter a propagação do novo coronavírus.

Os berçários reabrirão em 20 de abril, e as escolas primárias, a partir de 27 de abril.

"Quero agradecer a todos vocês que estudaram em casa, que ajudaram a cuidar dos irmãos, mais novos ou mais velhos, que ajudaram a mamãe e o papai, e que me ajudaram a tornar os dias melhores com as regras especiais que temos agora", disse a primeira-ministra.

​Até esta quarta, a Noruega registra 6.749 casos da Covid-19, com 145 mortes.

Conjunto de pinturas feitas por crianças em com os dizeres 'Vai ficar tudo bem", na Noruega - Lise Aserud - 10.mar.20/Reuters

Com informações da Reuters

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