O governo Trump anunciou nesta quarta-feira (1º) que está enviando mais navios de guerra e aeronaves da Marinha dos EUA para o Caribe com o objetivo de impedir cartéis de drogas e "atores corruptos, como o ditador venezuelano Nicolás Maduro", de explorar a pandemia de coronavírus para contrabandear mais narcóticos.
O presidente Donald Trump disse que estava dobrando os recursos militares dos EUA na região, incluindo destróieres, aviões de vigilância e pessoal, em uma operação antidrogas para lidar com o que ele chamou de "ameaça crescente".
A operação reforçada —rapidamente rejeitada pelo regime de Maduro— também exigirá o envio de navios da Marinha a áreas próximas à Venezuela, de acordo com uma autoridade dos EUA e duas pessoas familiarizadas com o assunto, que falaram sob condição de anonimato.
Não está claro, porém, o quão perto eles chegarão da costa venezuelana, disseram as fontes.
Outro oficial afirmou que o aumento da mobilização naval pode intensificar a pressão sobre Maduro e seus aliados, mas não é um prelúdio de uma ação militar dos EUA contra a Venezuela.
Trump, acompanhado pelo secretário de Defesa, Mark Esper, e pelo chefe de Estado-Maior do Exército, general Mark Milley, fez o anúncio no início do briefing diário da Casa Branca sobre os esforços para combater a crescente pandemia.
A decisão ocorre após o indiciamento de Maduro, na semana passada, e de mais de uma dúzia de ex e atuais membros do regime por conspiração de narcoterrorismo, tráfico de drogas e corrupção.
Apoiado pelas Forças Armadas do país e por Rússia, China e Cuba, Maduro permanece no poder apesar de uma ampla campanha de sanções e diplomacia liderada pelos EUA. A pouca efetividade das ações, no entanto, é descrita por autoridades americanas como uma fonte de frustração para Trump.
O presidente americano disse que a decisão de quarta-feira é necessária porque os cartéis e outros atores do narcotráfico estão tentando tirar vantagem de uma pandemia que exige enormes recursos dos Estados Unidos e de outros países. "Não devemos deixar que os cartéis de drogas explorem a pandemia para ameaçar vidas americanas", afirmou.
O regime venezuelano disse em comunicado que rejeita energicamente o anúncio do governo, chamando-o de um esforço para distrair a população da condução incompetente do governo americano da crise do coronavírus. Maduro negou as acusações criminais da semana passada e as chamou de falsas e racistas.
Embora Trump tenha insistido que todas as opções estão sobre a mesa contra Maduro, as autoridades dos EUA deixaram claro que há pouca disposição em empregar força militar, o que poderia envolver o país em outro conflito estrangeiro.
Na terça-feira (31), marcando uma mudança na política dos EUA, o governo Trump ofereceu começar a suspender as sanções sobre a Venezuela se a oposição e os membros do Partido Socialista de Maduro formarem um governo interino sem ele. Maduro, porém, não demonstrou vontade de negociar seriamente sua saída do poder.
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